O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril, que serve como projeção da inflação do mês, apresentou aumento de 0,43%, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25/4). Especialistas preveem que a elevação está dentro do esperado, mas antecipam um aumento das taxas básicas de juros do país, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), entre 6 e 7 de maio.
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Na avaliação de economistas do Banco Daycoval, uma das principais características do IPCA de abril foi o aumento dos preços dos alimentos. “Os preços dos ovos de galinha, bebidas, leite e itens do grupo in natura elevaram-se”, constata um relatório publicado pela instituição. “Por outro lado, as carnes vermelhas registraram nova queda de preços.”
No segmento de serviços, houve uma surpresa com a redução nos preços das passagens aéreas, maior do que o previsto. Por outro lado, itens como alimentação fora de casa, serviços automotivos e transporte por aplicativos contribuíram para o aumento do grupo.
Para o banco, o grupo de preços administrados gerou resultados positivos, devido ao reajuste sazonal reduzido de produtos farmacêuticos e à diminuição dos preços da gasolina e da energia elétrica.
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Política “contracionista”
A análise aponta que o IPCA-15 apresentou resultado um pouco melhor do que o esperado, com queda surpreendente nos administrados e serviços. No entanto, os serviços permanecem sob pressão, representando um desafio significativo para o Banco Central, e a política monetária deve continuar restritiva.
Para Luciano Costa, economista-chefe da corretora Monte Bravo, o IPCA de 15 de abril ficou “em linha com a expectativa”, mas os “núcleos” mantiveram a pressão.
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Observa-se, nesse caso, uma “desaceleração na margem do núcleo de serviços”. “Por outro lado, o núcleo de bens ficou bastante pressionado, refletindo o repasse do câmbio e a pressão sazonal de vestuário”, afirma o economista, que conclui: “O resultado do IPCA indica que o cenário ainda requer cautela, considerando o patamar da inflação e os núcleos”.
Aumento da taxa Selic
Costa acredita que o Banco Central deverá elevar a taxa de juros em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) na reunião de maio, levando a Selic para 14,75% ao ano. Esse movimento resultará em uma taxa de juros real de 9,1% ao ano, nível bastante restritivo, o que deverá permitir ao Banco Central manter a Selic estável nesse patamar até o fim do ano.
Taxa de 12 meses
O economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), aponta que o IPCA de abril apresentou resultado inferior ao de março, porém a taxa em 12 meses continua em alta. O IBGE divulgou que a taxa ficou em 5,49%, superior aos 5,26% registrados nos 12 meses anteriores.
Fonte: Metrópoles