A Justiça considerou a Confederação da Agricultura Brasileira (CNA) responsável por descontos ilegais em 2020

Empresa obteve valores expressivos devido a fraudes em programas de benefícios; investigação focou em relatos de antigos colaboradores de organizações.

14/05/2025 18h15

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(Imagem de reprodução da internet).

A Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) foi investigada pelo MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) entre 2020 e 2021, que constatou sua participação em um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

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A apuração demonstrou que a entidade recebia milhões de reais provenientes do desvio das aposentadorias de segurados e atuava por meio de contratos simulados, falsificação de documentos e utilização de empresas de fachada para obter autorizações fraudulentas de desconto nos benefícios. A investigação se baseou em depoimentos, quebras de sigilo e diligências em diversos estados.

A investigação apurou que a Conafer firmou um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) com o INSS, possibilitando descontos em folha para associados, porém a maioria das filiações era fraudulenta. Para viabilizar os registros, a entidade contratou a Target Pesquisa de Mercado por R$ 750 mil, sob a justificativa de coletar assinaturas e fichas de adesão em campo.

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Os documentos eram produzidos artificialmente, e a Target contratou a Premiar Recursos Humanos, designada para realizar a falsificação de informações. Os endereços declarados à Receita Federal pelas empresas envolvidas não coincidiam com suas respectivas localizações.

A Conafer apresentou documentação irregular ao ser questionada pelo INSS, incluindo fichas incompletas, assinaturas ilegíveis ou ausentes, registros com CPFs de beneficiários já falecidos, além de duplicações e dados inconsistentes.

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Um ex-funcionário da Premiar descreveu, em detalhes, a manipulação de arquivos em PDF para simular fichas de filiação. Dados como nomes, CPF, datas e assinaturas eram inseridos artificialmente para cumprir os requisitos técnicos do sistema do INSS e possibilitar os descontos.

Um outro representante da empresa informou à Corf (Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e Fraudes) que a empresa estava envolvida diretamente na manipulação de documentos. Após deixar a empresa, ele relatou ter sofrido ameaças, o que o motivou a denunciar o caso às autoridades.

A Polícia Federal executou, na quarta-feira (14.mai.2025), duas ordens de busca e apreensão no curso da operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões do INSS.

A Polícia Federal informou, em nota, que as ordens judiciais foram autorizadas pela 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal e executadas em Presidente Prudente, município do estado de São Paulo.

Os investigados são pessoas vinculadas à Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil), uma das entidades sob investigação pela Polícia Federal em relação a fraudes no INSS, conforme noticiado pelo Metrópoles.

O líder da organização seria o empresário mineiro Carlos Roberto Ferreira Lopes. Ele é proprietário da empresa de gado Concepto Vet e da holding Farmlands, sediada nos Estados Unidos. O filho administra uma empresa de mineração em Minas Gerais, a Lagoa Alta.

Fonte: Poder 360

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