A Justiça converte prisão de único suspeito em preventiva no caso Vitória
30/04/2025 às 16h55

São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou a prisão preventiva de Maicol Antonio Sales dos Santos, o único suspeito de ter matado a adolescente Vitória Regina, de 17 anos, em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.
A corte ainda afirmou em nota que recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público (MPSP) a respeito do caso na última terça-feira (29/4). No documento, a promotoria acusa o principal suspeito de assassinato qualificado, feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Maicol agiu com desdém, considerando a condição de mulher, e a morte foi causada de forma cruel.
A morte da vítima ocorreu com desrespeito à condição de mulher, uma vez que a ofendida foi tratada apenas como objeto de satisfação de um desejo. O feminicídio foi praticado por motivo fútil, consistente em não aceitar a não submissão da vontade de Vitória pelo denunciado.
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A morte foi causada por meio cruel, consistente em hemorragia traumática após a submissão de Vitória a toda a situação que levou à sua morte por não ceder ao fim libidinoso perseguido pelo denunciado. O feminicídio foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que ela teve sua liberdade restrita e permaneceu sob o jugo do denunciado, que empunhava uma faca. Por fim, o feminicídio foi realizado para assegurar a ocultação e impunidade do crime de sequestro.
O promotor Jandir Moura Torres Neto, que assina o documento, declarou em coletiva de imprensa realizada na manhã da última terça-feira que Vitória faleceu devido ao seu gênero.
A Vitória não tomou nenhuma atitude específica que levasse a esse resultado, considerando o que ocorreu. Ela era uma adolescente comum, que compartilhava fotos e seus momentos de alegria nas redes sociais.
Segundo suspeito
A Promotoria solicitou a instauração de uma nova investigação para apurar a possível participação de um segundo indivíduo no crime de ocultação de cadáver. O relatório de investigação obtido pelo Metrópoles menciona a presença de um material genético na porta traseira direita, que se distingue do material genético da menina e de Maicol Alexandre, apontado como autor do crime.
Solicitou-se a instauração de um novo inquérito policial, em relação ao crime de ocultação de cadáver. Isso ocorreu porque, durante a investigação, surgiram indícios de que Maicol pode ter tido a participação de outra pessoa. Assim, foi requerida a autorização judicial para instaurar um inquérito separado, visando verificar as condições específicas da ocultação do cadáver.
O delegado de Cajamar, Fabio Cenachi, declara que não se pode afirmar que outro indivíduo esteve envolvido no crime.
Na lateral do banco traseiro, foi encontrada uma pequena porção de material genético masculino. Diante disso, será instaurado um novo inquérito a esse respeito. A relevância daquela porção, por si só, não permite associar a participação de um terceiro indivíduo na ocultação do cadáver.
A morte de Vitória
Único preso.
Maicol permanece detido desde 8 de março, em decorrência de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver, após admitir sua responsabilidade pelo crime. As investigações seguem na Delegacia de Cajamar para a finalização do inquérito policial.
Exames periciais identificaram a presença de sangue de Vitória na residência do suspeito. Adicionalmente, foram detectadas amostras de DNA da vítima em seu veículo. Material em vídeo, divulgado pela Metrópoles, apresenta um trecho do depoimento.
Conforme o documento, ela sofreu lesões fatais e faleceu devido a hemorragia interna e externa.
Reconstrução do falecimento
A reconstituição da morte de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, ocorreu na última quinta-feira (24/4), em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. A nova data, determinada pela Polícia Civil, substituiu a anterior, que havia sido adiada por “razões técnicas”.
Maicol Antônia Santos, com 23 anos, que encontra-se preso e é o único indiciado pelo crime até o momento, não participará da reconstituição devido a uma proibição judicial à sua presença na diligência.
A informação sobre a reconstituição foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública. De acordo com a pasta, os laudos da investigação ficaram prontos em 17 de abril e foram enviados às autoridades que atuam no caso.
Fonte: Metrópoles