A mudança na presidência do Banco Central foi um processo complexo, afirma Haddad
O ministro da Fazenda declarou que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, assumiu com “constrangimentos” deixados por Campos Neto.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12.mai.2025) que a transição de cargo na presidência do BC (Banco Central) foi “complexa” e teve “constrangimentos”.
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Não se omitiu de salientar que foi uma transição complexa. Não foi uma transição simples, nem da figura de Guedes para mim, nem da de Roberto Campos para o atual presidente.
Haddad afirmou que foi a primeira vez que o governo federal conviveu por dois anos com um presidente do Banco Central indicado pelo chefe do Executivo anterior. “Falando em português claro, o Roberto Campos é uma pessoa que foi nomeada por Bolsonaro e continua, politicamente, muito próximo [do ex-presidente]”, declarou o ministro.
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Haddad é uma pessoa de sua confiança, segundo declarou. “Ele que sabe dos constrangimentos que ele herdou, como eu sei dos constrangimentos que eu herdei”, afirmou.
O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, encerrou seu mandato após dezembro de 2024. O Banco Interbancário (Bial) elogiou seu trabalho e reiterou a perspectiva de elevação da taxa Selic em 2025. Ele afirmou que a saída ocorreu entre “amigos” e expressou gratidão pelo período de atuação no BC.
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Galípolo declarou que o Roberto demonstrou generosidade durante todo o processo de transição. Ele utilizava termos como “suave” e “generosidade”, mas a transição foi marcada por uma relação de amizade. Roberto sempre se preocupou com a economia do país em todas as reuniões.
Haddad já afirmou que os aumentos na taxa básica, a Selic, em 2025 foram determinados pela gestão anterior, de Campos Neto. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, discordou das declarações do ministro em março. Alegou ter sido “protagonista” na decisão de elevar o juro básico. Ele já havia defendido a alta da Selic em dezembro.
Assista (1min30s):
Crescimento do PIB
Haddad afirmou que o Produto Interno Bruto deverá apresentar crescimento médio de 3% ao ano durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil registrou crescimento de 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024. “Podemos concluir os 4 anos do mandato do presidente Lula com a taxa média de crescimento de 3% […]. Eu penso que este ano, mesmo com os juros altos, nós vamos crescer em torno de 2,5%”, declarou em entrevista ao portal UOL nesta 2ª feira (12.mai.2025).
As projeções da SPE, do Ministério da Fazenda, apontam para um crescimento de 2,3% para o Brasil em 2024. O Banco Central estima um aumento de 1,9%, enquanto os agentes do mercado financeiro preveem uma expansão de 2,0%.
Para combater a inflação, o Banco Central elevou a taxa básica, a Selic, para 14,75% ao ano na quarta-feira (7.mai.2025). Trata-se do maior nível desde 2006. A decisão permite novas aumentos no futuro. A próxima reunião ocorrerá em 17 e 18 de junho.
Haddad afirmou acreditar que a economia brasileira possui condições de crescer de maneira equilibrada, em uma taxa próxima à média mundial, sem justificativas para um crescimento inferior.
O ministro afirmou que o governo Lula buscará alcançar as metas do arcabouço fiscal. “O Ministério da Fazenda não está pensando em nada a não ser, do ponto de vista fiscal, cumprir as metas estabelecidas. Não há outro plano de voo que não seja isso até o final do ano que vem”, declarou.
Haddad afirmou que realizará tudo o que for necessário para alcançar as metas fiscais definidas pelo governo.
Fonte: Poder 360