A nova modalidade de crédito consignado privado investe em open finance para aumentar o acesso e diminuir as taxas

Com o FGTS como garantia e análise de dados, nova medida assegura operações mais seguras para instituições financeiras e oferece benefícios aos empregados.

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(Imagem de reprodução da internet).

De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 37% da população brasileira acredita que o acesso ao crédito tem se tornado progressivamente mais difícil.

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Em reação a essa situação, a reestruturação do crédito consignado privado, divulgada em março, representa uma iniciativa real de aumentar o acesso a financiamentos com taxas de juros menores e menor risco para as instituições.

Trabalhadores do setor privado podem agora obter crédito com desconto em folha, empregando o saldo do FGTS como garantia suplementar.

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Essa ação, de acordo com especialistas, estabelece uma estrutura mais previsível e segura, tanto para quem contrata quanto para quem concede crédito.

Open finance amplia a análise de perfil e diminui distorções.

Para Rogerio Melfi, cofundador e CPO da fintech PilotIn, o momento é adequado para empregar inteligência de dados na criação de uma nova lógica de concessão.

O crédito sempre foi uma ligação entre oportunidades e riscos. Contudo, historicamente, ele se mostrou inadequado, dispendioso e de difícil acesso para a maioria da população.

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O open finance pode transformar o cenário, possibilitando o compartilhamento de dados com autorização, o que confere às instituições financeiras uma compreensão mais abrangente do cliente.

Isso implica considerar fatores além da pontuação de crédito ou da renda mensal.

Com essa perspectiva contextualizada, é possível compreender o padrão de consumo, a real capacidade de pagamento e o efeito de novas dívidas.

“Não se trata de oferecer crédito com base apenas em garantias, mas de oferecer soluções adaptadas ao perfil de cada pessoa”, explica Melfi.

Modelo apresenta pouca aceitação no setor privado.

A utilização do crédito consignado privado ainda é limitada, mesmo sendo amplamente difundida no setor público.

De acordo com a plataforma meutudo, somente 12% dos trabalhadores da iniciativa privada utilizam esse tipo de operação.

Para Melfi, existe um espaço claro de expansão – contanto que a experiência seja simples, personalizada e conectada à realidade de cada usuário.

Nesse contexto, a tecnologia pode remover obstáculos e tornar o recrutamento mais eficaz.

Na PilotIn, a inteligência artificial e os modelos preditivos possibilitam a avaliação do impacto que um novo crédito pode gerar.

Assim, é possível prever se representará um alívio financeiro ou um fator de endividamento futuro.

A transformação é cultural e transcende a tecnologia.

Melfi considera que o crédito no Brasil representa mais do que uma alteração técnica, exigindo uma transformação estrutural.

A construção do sistema ocorreu com base na falta de informação, o que resultou em generalizações, disseminação excessiva e um clima de desconfiança, segundo a afirmação.

Com o open finance, é possível romper com esse modelo. A proposta é construir uma relação mais empática, eficiente e baseada em dados reais.

Contudo, o executivo ressalta que essa transição demanda mais do que inovação: exige responsabilidade.

É fundamental assegurar transparência, clareza nas interfaces e uma linguagem acessível.

Dessa forma, o profissional compreende os benefícios e se sente no comando de suas escolhas financeiras.

Open finance pode replicar o modelo do Pix e transformar o mercado.

Para Melfi, o Brasil já demonstrou potencial para liderar mudanças por meio da tecnologia.

“O Pix é uma prova disso”, afirma.

Atualmente, com a expansão da estrutura do open finance, há uma oportunidade real de repensar o crédito.

Encontramos a oportunidade de transformar o crédito em um serviço inteligente, justo e acessível, em vez de um privilégio ou um problema.

Fonte: Carta Capital

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