A NVIDIA está edificando cem “fábricas de inteligência artificial”

Explore como Jensen Huang pretende revolucionar o setor através de data centers focados em inteligência artificial. Analise os fundamentos dessa abordagem ambiciosa.

06/06/2025 17h19

6 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

A NVIDIA busca redefinir o modelo de Data Centers através da construção de fábricas de IA: estruturas projetadas para desenvolver e operar sistemas de inteligência artificial em grande escala. Atualmente, aproximadamente 100 dessas instalações estão em construção em várias regiões do mundo, indicando uma transformação significativa na infraestrutura digital.

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Esses centros especializados têm como foco o treinamento e a execução de modelos de IA, com a capacidade de atender a diversas aplicações e arquiteturas ao mesmo tempo. Para isso, utilizam CPUs, GPUs, redes e softwares avançados, com o ecossistema CUDA da NVIDIA no cerne da estratégia.

De acordo com Jensen Huang, diretor executivo da empresa, se trata de uma perspectiva de longo prazo.

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O investimento em infraestrutura de IA se estenderá pelo planeta, semelhante à infraestrutura da internet. Estamos investindo centenas de bilhões de dólares na construção de uma infraestrutura de IA que demandará cinco décadas.

Parcerias e expansão global

A NVIDIA está implementando uma rede global de colaborações para viabilizar essa estratégia. Nos Estados Unidos, anunciou um aporte de até US$ 500 bilhões para a criação de supercomputadores focados em inteligência artificial, com novos locais previstos no Texas e no Arizona – iniciativas que envolvem empresas como Foxconn e Wistron.

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Na região do Oriente Médio, a empresa estabeleceu parceria com a Humain, da Arábia Saudita, para entregar 18 mil GPUs Blackwell, auxiliando no desenvolvimento do ecossistema de IA local. A empresa também integra-se ao projeto Stargate UAE, em Abu Dhabi, que visa construir um dos maiores centros de IA do mundo.

Adicionalmente, a NVIDIA possui parcerias com TSMC, Gigabyte, ASRock, Supermicro, Rack, Asus, Pegatron e Winstron, entre outras, visando otimizar a adoção de infraestruturas de inteligência artificial, tanto em nuvens quanto em instalações locais.

Inovação e eficiência no cerne do projeto.

As fábricas de IA estão sendo equipadas com sistemas de última geração, como os GB200 e GB300, que combinam GPUs e CPUs em plataformas de alto desempenho.

A empresa também investe significativamente em soluções de eficiência energética, com o objetivo de substituir sistemas de resfriamento evaporativo por circuitos fechados, que apresentam menor consumo de energia e possibilitam a operação com maior capacidade de processamento.

A nova geração de arquiteturas corporativas, denominada Rubin, visa aumentar em dobro o desempenho dos sistemas existentes e fortalecer a posição da NVIDIA no mercado de hardware para inteligência artificial.

A performance como modelo de negócio: a nova lógica das fábricas de IA

A antiga divisão da NVIDIA, o mercado gamer, já não é mais o foco principal, embora tenha impulsionado a empresa por mais de três décadas. Neste setor, o padrão era que o hardware precisasse comprovar seu desempenho com melhorias visuais evidentes, como novos efeitos de iluminação ou maior resolução. Atualmente, com as instalações de inteligência artificial, a dinâmica se alterou.

“Em uma fábrica, performance é custo, e performance é receita”, resumiu Jensen Huang durante sua apresentação na Computex. A cada nova geração de hardware, a eficiência energética e a capacidade de processamento aumentam, permitindo que Data Centers gerem mais resultados com menor consumo de energia.

O pensamento de Huang é direto: se a eficiência por Watt é quatro vezes superior, o responsável pela fábrica de IA pode multiplicar a receita ou diminuir significativamente os custos. Essa é a base do novo ciclo comercial que a NVIDIA busca implementar: um fluxo constante de melhorias de hardware e software, com cada geração prometendo benefícios tangíveis para os negócios dos clientes.

A empresa investe também no impacto duradouro do seu sistema de software, com a plataforma CUDA representando um fator competitivo relevante. O raciocínio é que placas gráficas mais antigas continuam a se beneficiar de atualizações de software, proporcionando aos clientes uma evolução contínua ao longo do tempo, além de estimular a transição para as gerações mais recentes.

Com o surgimento de uma nova geração, a base de clientes pode expandir e os custos podem diminuir. Neste cenário, os consumidores passam a depender do ritmo tecnológico da NVIDIA, similar ao que se viu anteriormente com a mineração de criptomoedas, um setor que impulsionou significativamente as vendas de placas de vídeo em períodos anteriores.

A busca por melhor desempenho acarreta um custo significativo, com o consumo de energia e os sistemas de resfriamento surgindo como desafios críticos. A NVIDIA, por exemplo, já está incentivando a mudança para sistemas de refrigeração em circuito fechado, que oferecem maior eficiência energética e viabilidade econômica para operações em grande escala.

A lógica por trás do desenvolvimento das fábricas de inteligência artificial revela um padrão de monetização contínuo: quanto mais avançada for a nova geração de GPUs, maior será a pressão competitiva para que empresas de IA atualizem suas infraestruturas, consolidando a dependência da NVIDIA como fornecedora desse ecossistema.

O novo ciclo de monetização

Assim como mencionado anteriormente, o modelo de negócio das fábricas de IA se assemelha (em parte) à lógica da mineração de criptomoedas, porém aplicada ao mercado corporativo. A proposta é que empresas possam converter capacidade computacional bruta em receita, utilizando as GPUs e sistemas da NVIDIA para treinar e operar modelos de IA com maior eficiência.

Como o CEO Jensen Huang detalhou na Computex:

Em uma fábrica, desempenho significa custo, e desempenho significa receita. Se alcançamos quatro vezes mais desempenho por watt, os clientes podem expandir suas receitas e diminuir os custos de seus Data Centers.

Além do hardware, a empresa investe na durabilidade de sua plataforma de software. Com a evolução contínua do ecossistema CUDA, a NVIDIA busca garantir que seus sistemas permaneçam relevantes por muitos anos, oferecendo não apenas mais poder, mas também otimizações que prolongam o tempo de vida útil dos investimentos dos clientes.

A NVIDIA demonstra grande confiança no futuro da inteligência artificial.

Apesar da ambição do projeto das fábricas de IA da NVIDIA, existem riscos envolvidos. O setor ainda enfrenta dificuldades como despesas operacionais elevadas, alto consumo energético e a demanda por atualizações tecnológicas contínuas. Adicionalmente, a concorrência internacional aumenta rapidamente, com empresas chinesas apresentando soluções a preços mais baixos.

Contudo, a companhia do executivo exibe belas jaquetas de couro e demonstra disposição para liderar essa disputa. Ao converter seus colaboradores em clientes de um sistema integrado – que abrange desde o silício até as ferramentas de software –, a empresa acredita que suas unidades de inteligência artificial representarão um novo impulso de receita nas próximas décadas.

Se o futuro da IA realmente justificará tal investimento, ainda é uma incógnita. Contudo, a NVIDIA já colocou suas apostas em jogo e almeja liderar esse cenário até o limite.

Fonte: Tom’s Hardware

A NVIDIA fortalece sua posição de liderança e diminui em metade a participação da AMD no mercado de placas de vídeo.

Fonte por: Adrenaline

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