Economia

A OCDE prevê que o PIB do Brasil será de 1,8% e a inflação de 3,2% em 2024


A OCDE prevê que o PIB do Brasil será de 1,8% e a inflação de 3,2% em 2024
(Foto Reprodução da Internet)

De acordo com a OCDE, o PIB do Brasil deverá aumentar 1,8% em 2024 e a inflação deve ficar em 3,2%, próximo da meta estabelecida.

De acordo com o relatório econômico Brasil 2023, divulgado pela organização hoje (18), apesar do crescimento neste ano, espera-se que o ritmo de expansão do PIB diminua em 2024.

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A projeção da OCDE é diferente das estimativas do Ministério da Fazenda. Segundo o boletim macrofiscal divulgado em novembro, o crescimento esperado para 2024 é de 2,2%. Já em relação à inflação, a projeção da OCDE é menor do que a do mercado, que é de 3,93% para 2024, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (18).

No entanto, segundo análise da OCDE, as taxas de juros continuam altas, o que dificulta o acesso ao crédito e desmotiva as famílias a consumir. A organização também destaca que a desaceleração mundial é outro fator que afetará o crescimento do país no próximo ano.

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A OCDE vê também uma demanda externa menor, com preços de matérias-primas em queda, mas ainda há expectativa de manutenção no ritmo de exportações que contribuirão moderadamente para o crescimento econômico do país.

Apesar de haver incerteza na política fiscal, espera-se que a implementação da nova estrutura tributária melhore o ambiente de investimentos no país.

Dessa forma, é sugerido que sejam feitas mais melhorias nas regras, que haja maior participação no comércio com outros países, que as mulheres tenham mais oportunidades de emprego e que se fortaleça o sistema educacional e de formação.

Segundo a OCDE, é importante criar uma estrutura fiscal sólida e abrangente e melhorar os programas de proteção social. Isso ajudará a recuperar a confiança nas finanças públicas, criando espaço financeiro para investimentos produtivos.

“Novas reduções nas barreiras regulatórias à concorrência, incluindo ao promover a integração comercial, aumentaria o crescimento das empresas. Mobilizando recursos de trabalho atualmente subutilizados, melhorando a força de trabalho feminina e a realocação dos gastos com educação ajudarão a sustentar o crescimento econômico a longo prazo. Acabar com o desmatamento ilegal, investindo em tecnologias inteligentes e formação, fará com que haja crescimento mais sustentável”, aponta a organização.

Um aumento de oportunidades de trabalho para mulheres

De acordo com o documento, as mulheres no Brasil têm uma participação menor no mercado de trabalho em relação aos homens, com uma diferença de cerca de 20 pontos percentuais. O documento também mostra que a principal dificuldade para as mulheres é o acesso à educação infantil.

“Apenas cerca de 1/3 de todas as crianças menores de três anos no Brasil têm acesso à creche. A pandemia agravou a situação educacional de crianças mais pobres. Apesar dos elevados gastos públicos em educação em relação ao PIB, os recursos nem sempre são direcionados para melhorar as desigualdades de oportunidades. Além disso, a participação em programas profissionais e programas de educação continuam baixas e as oportunidades de educação profissional pós secundária são limitadas”, diz o texto.

A desigualdade social ocorre quando existem grandes diferenças entre as pessoas em termos de acesso a recursos, oportunidades e poder. Isso pode resultar em privilégios para alguns grupos sociais e opressão para outros. A desigualdade social pode ser observada em diversas áreas, como renda, moradia, educação, saúde e emprego. É importante trabalharmos para reduzir essa desigualdade buscando mais equidade e justiça para todos.

O documento também menciona que a desigualdade social é um fator que contribui para o problema do crescimento da economia no Brasil.

A OCDE prevê um aumento nos rendimentos das famílias no próximo ano, devido às mudanças no salário mínimo e aos benefícios de assistência social como o Bolsa Família. No entanto, essas medidas não serão o bastante para garantir um padrão de vida melhor para todos no Brasil.

O documento explica que o surgimento de uma nova classe média na primeira década do milênio foi possível pelo forte crescimento da economia e pelo aumento do acesso à educação. No entanto, o abismo da distribuição de renda aumentou, esvaziando assim a nova classe média.

O suporte durante a pandemia ajudou a compensar as perdas de renda das famílias pobres em 2020. No entanto, quando esse suporte foi retirado, as taxas de pobreza aumentaram em 2021. O rendimento médio real das famílias voltou aos níveis de 2012, o que significa que houve uma década sem avanços sociais. Constatou-se que o Brasil tem uma das maiores desigualdades de renda do mundo.

No entanto, a organização afirma que as políticas sociais ainda são essenciais para diminuir a pobreza e combater as desigualdades.

“O principal programa de combate à pobreza do Brasil, Bolsa Família, tem sido um instrumento bem direcionado para apoiar os mais necessitados. O seu nível foi aumentado substancialmente, numa base permanente, em linha com anteriores recomendações. Um desafio notável é encontrar espaço fiscal permanente para financiar esta situação de forma mais generosa no programa social”, defende a OCDE.


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