O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, declarou que Israel permitiu para Gaza apenas o que equivale a “uma colher de chá de ajuda” quando há uma grande necessidade de assistência e reiterou que a ONU não participará de um novo plano de distribuição apoiado pelos Estados Unidos.

A falta de acesso rápido, confiável, seguro e sustentável ajuda, mais pessoas morrem — e as consequências a longo prazo para toda a população serão profundas, disse Guterres aos repórteres.

Israel afirma que cerca de 300 caminhões de ajuda entraram em Gaza pela passagem de Kerem Shalom desde que suspendeu o bloqueio do enclave. No entanto, Guterres declarou que até agora apenas um terço desses caminhões foram transportados da passagem para armazéns em Gaza devido à insegurança.

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Israel autorizou o retorno temporário das entregas de ajuda humanitária da ONU e de outros grupos humanitários, até que um novo modelo de distribuição, apoiado pelos EUA – administrado pela recém-criada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, sigla em inglês) – esteja operacional até o final do mês. A ONU afirma que o plano não é imparcial nem neutro e que não participará.

O bloqueio de Israel visava, em parte, evitar que militantes palestinos do Hamas desviassem e se apropriassem de suprimentos de assistência. O Hamas negou ter roubado ajuda. O plano do IDF envolvia o uso de empresas de segurança privadas para transportar ajuda para os chamados centros seguros, para distribuição por equipes humanitárias civis.

A ONU deixou claro: não cooperaremos com qualquer esquema que viole o direito internacional e os princípios humanitários de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade, afirmou Guterres.

A Organização das Nações Unidas e seus parceiros possuem um plano para fornecer a assistência necessária a Gaza.

Os estoques – 160 mil paletes, o suficiente para preencher quase 9 mil caminhões – estão aguardando, afirmou Guterres. “Esta é a minha solicitação por ajuda essencial para a população afetada de Gaza: vamos realizar isso e agora mesmo.”

Fonte: CNN Brasil