A Ouvidoria começa processo para monitorar a investigação de jovem morto por policial em São Paulo

Nesta segunda-feira (6), a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo começou a acompanhar a investigação da Polícia Civil sobre o policial militar que tirou a vida de Matias Menezes, um jovem de 24 anos.

O episódio aconteceu no último domingo (5), no Morro do Piolho, no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo.

As imagens das Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) dos policiais que estavam na ocorrência, juntamente com as imagens de sistemas de monitoramento próximos, e os laudos necroscópico, balístico, residuográfico e de local, foram solicitados.

O órgão também lamentou o incidente e afirmou que já sugeriu a criação de um grupo de trabalho sobre a dinâmica de abordagens policiais à Secretaria de Segurança Pública, aos ministérios da Justiça e de Direitos Humanos, mas apenas este último teria se manifestado favorável à medida.

A Ouvidoria lamenta mais uma morte causada por uma abordagem policial com erros técnicos. Já sugerimos a criação de um Grupo de Trabalho sobre abordagem policial para a Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil e também em nível nacional para os Ministérios da Justiça, Segurança Pública e Direitos Humanos. Até agora, apenas o MDHC se manifestou favoravelmente, nenhum dos outros órgãos se pronunciou.

Pelas imagens, é possível ver que Matias ergue os braços em sinal de rendição. Na sequência, acontece o disparo que tirou a vida do jovem.

O caso foi registrado como um homicídio acidental no 47º Distrito Policial da região do Capão Redondo.

Segundo o boletim de ocorrência, os policiais que estiveram no local relataram que os agentes abordavam um motociclista que, junto de outro suspeito, conseguiu fugir. Matias teria tentado ajudar o motociclista e, na sequência, teria saído correndo a pé. O agente, então, correu atrás de Matias, momento que teria acontecido o disparo acidental.

O policial chamou ajuda, mas Matias faleceu imediatamente.

O agente, após ser ouvido, foi autuado e conduzido ao presídio militar Romão Gomes. Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar todas as circunstâncias do caso.