O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), declarou, em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta 3ª feira (10.jun.2025), que o governo federal “já superou” o debate acerca do estabelecimento de parcerias com hospitais privados para atuarem na rede do SUS (Sistema Único de Saúde).
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Conforme o ministro, as parcerias público-privadas no sistema de saúde são necessárias para acelerar o atendimento. Padilha destacou que o paciente “não quer saber” qual o tipo de atendimento está recebendo.
Não é a primeira vez e certamente não será a última que se aproveita o recurso privado para garantir o atendimento das pessoas que mais precisam no setor público. O programa Farmácia Popular é exemplo disso. Já superamos esse debate em outros momentos. Quem está esperando o atendimento especializado não quer saber se ele vai ser atendido num hospital estatal, filantrópico ou privado. Ele quer ser atendido.
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O programa “Agora Tem Especialistas”, lançado em 30 de maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), visa reduzir as filas para consultas e procedimentos especializados no SUS.
São 10 ações principais previstas no programa, incluindo o credenciamento de instituições privadas, a ampliação dos horários de atendimento nas unidades públicas de saúde e a troca de dívidas de planos de saúde e hospitais privados por atendimentos ao sistema de saúde público.
Padilha declarou que o programa representará a maior mobilização de toda a estrutura de saúde do país. O ministro enfatizou que o levantamento Demografia Médica 2025, coordenado pela USP (Universidade de São Paulo), indicou que apenas 10% dos médicos especialistas atendem exclusivamente ao SUS e reiterou que a população que necessita de tratamento especializado deve ser atendida.
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O programa estabelece um sistema que possibilita que esse médico, esse equipamento, essa máquina de diagnóstico receba um paciente do SUS e o atenda sem custo algum. A mobilização desse recurso com essa finalidade permite, por exemplo, realizar a cirurgia assistida de cardiopatia congênita em Manaus, no estado onde só existem três cirurgiões cardíacos pediátricos, acompanhado em tempo integral pelo Hcor [de Sã Paulo], que é um desses hospitais de excelência.
A condução de pacientes do SUS para receber atendimento em hospitais privados, filantrópicos ou redes de planos de saúde oferece uma proposta que não estaria disponível. Acredito que demonstrará um impacto muito grande.
Em relação aos mecanismos do governo para assegurar o atendimento em áreas remotas, Padilha declarou que será necessário investimento na construção de policlínicas e hospitais, além de aumentar o repasse de recursos para o transporte sanitário.
Retomaremos a formação de especialistas no país. O principal ponto de fixação de um médico após sua formação é onde ele realizou a residência médica. Haverá duas iniciativas. Primeiro, para aqueles que já são especialistas e desejam fazer um aprimoramento em alguma técnica, um estágio em algum centro especializado. Outra linha é a formação de residência.
Fonte por: Poder 360