A Polícia Federal (PF) recuperou uma brasileira, residente em Pernambuco, que havia sido vítima de tráfico humano para exploração sexual no Myanmar, sul da Ásia. A mulher retornou ao Brasil neste domingo (8).
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A operação Double Key, iniciada na sexta-feira (6) e finalizada neste domingo, resultou no retorno da vítima ao país.
A PF também deteve dois cidadãos de origem chinesa ao chegarem ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, em um voo proveniente do Camboja, no Sudeste Asiático.
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Foram aplicadas medidas cautelares contra uma brasileira, além de mandado de busca e apreensão em sua residência, localizada na capital paulista.
A operação visou desmantelar uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, atuando no Myanmar.
As investigações indicam que o grupo criminoso, formado principalmente por cidadãos chineses legalmente residentes no Brasil, atraía jovens brasileiras com falsas promessas de trabalho no estado de Karen, onde foram construídos, nos últimos anos, projetos comerciais como hotéis e cassinos.
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A operação iniciou-se após a Polícia Federal receber a informação de que uma brasileira, natural de Pernambuco, estava sendo mantida em cárcere privado e submetida à exploração sexual por integrantes da organização criminosa, em um hotel no sudeste asiático. A vítima teve seu nome incluído na lista de difusão azul da Interpol (Blue Notice), o que possibilitou sua localização e posterior resgate.
O local em que a vítima se encontrava, na prisão, situa-se à margem do rio Moei. A área compreende um conjunto de “fábricas de golpes” onde estrangeiros são atraídos por falsas promessas de emprego e obrigados a cometer fraudes cibernéticas contra vítimas em todo o mundo.
Outros brasileiros e estrangeiros resgatados do KK Park já descreveram às autoridades terem sido submetidos a rotinas de agressões, ameaças de morte e condições precárias.
Exploração e fraudes
Em fevereiro, a CNN divulgou que dois brasileiros, mantidos em cárcere privado no Myanmar, foram resgatados após quase três meses.
Luckas Viana dos Santos e Phelipe Ferreira foram submetidos a tortura e trabalho forçado por uma organização criminosa especializada em golpes cibernéticos após a interrupção do contato com seus familiares.
Enquanto encarcerados, relataram que foram obrigados a cometer fraudes contra brasileiros, sob a ameaça de punições que incluíam eletrochoques. Duas vítimas escaparam com 85 indivíduos de 50 nacionalidades distintas, com a assistência de uma organização não governamental.
Ferreira informou à CNN que estava sendo obrigado a aplicar fraudes não apenas em brasileiros, mas em indivíduos de diversos países, incluindo Rússia, Itália e França. Ele notou que os brasileiros eram mais desafiadores de ludibriar, pois já reconheciam a natureza fraudulenta do esquema e que o método empregado para “capturar” as vítimas não era legítimo.
Fonte por: CNN Brasil