A quatro dias do aumento tarifário, Lula não tem intenção de contatar Trump

O governo brasileiro espera um indicativo do governo americano para discutir o aumento de 50% nas tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos.

28/07/2025 21h24

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia que sancionou nesta segunda-feira (28 de julho) o Projeto de Lei Complementar que cria o Programa Acredita Exportação. O foco do programa é na desoneração e ampliação da base exportadora de micro e pequenas empresas, no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, Ministro da Fazenda, fernando Haddad, Ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). | Sérgio Lima/Poder360 - 28.jul.2025

A quatro dias do início da tarifação dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou a interlocutores que não tem intenção de contatar o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), para discutir as taxas de 50% sobre os produtos brasileiros.

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O Itamaraty aguarda um “sinal” de Washington para prosseguir com o diálogo. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York para participar de uma cúpula da ONU em busca de uma solução de dois Estados no conflito entre Israel e Hamas.

Apoiadores do petista afirmam que o plano de negociação está na carta confidencial enviada ao governo americano em 16 de maio, com as propostas de acordo. O documento, direcionado ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao embaixador Jamieson Greer (alto cargo do Representante Comercial dos EUA), não recebeu resposta.

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Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, afirmou em 28 de julho de 2025 que existe um “empenho” do governo brasileiro para responder à taxa, mas já declarou que Alckmin não consegue dialogar com os EUA.

Ninguém pode afirmar que o Alckmin não deseja conversar. Ele liga para pessoas diariamente e ninguém quer dialogar com ele. Assim, o petista declarou na sexta-feira (25.jul) que o país, o Brasil, é um país do bem.

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O chefe do Executivo também declarou, na quinta-feira (24.jul), que Trump não quer dialogar sobre as tarifas. Lula indicou seguir disposto a negociar, mas, se não receber um retorno, afirmou que o Brasil dará uma resposta à altura.

O governo petista não havia procurado o presidente norte-americano desde o início da nova administração na Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025. O relacionamento entre o Brasil e os EUA tem sido protocolar e não houve esforço para estabelecer relações de alto nível, após o anúncio da tarifação.

Tarifaão

Donald Trump publicou em 9 de julho uma carta a Lula anunciando a tarifa. O republicano justificou o aumento pelo tratamento que o governo brasileiro dispensou ao ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL), a quem disse respeitar “profundamente”.

O tratamento dado ao ex-presidente Bolsonaro pelo Brasil, um líder amplamente reconhecido globalmente, incluindo pelos Estados Unidos, representa uma grave questão internacional.

O norte-americano afirmou que o governo dos EUA considerou necessário romper com a relação de longa data e profundamente injusta originada pela política tarifária de barreiras comerciais do Brasil.

A visão republicana é que as tarifas dos Estados Unidos não são proporcionais ao país da América do Sul. Ele declarou que é necessário reparar as “graves injustiças do sistema vigente”.

Declarou que o percentual de 50% é muito inferior ao necessário para garantir a igualdade de condições que se almeja com o seu país.

Trump afirmou que, caso Lula eleve tarifas em retaliação, haverá um aumento correspondente de 50% também.

Outros países além do Brasil também serão impactados pelas taxas dos EUA a partir de 1º de agosto, como, por exemplo, nações da União Europeia, Japão, Indonésia e México. Cada país, contudo, terá um percentual diferente.

Fonte por: Poder 360

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