A Rússia afirma manter o “compromisso” com a paz após ataques que resultaram em 25 mortos na Ucrânia

O Kremlin afirmou que não há o alvo de “civis”, assegurando que o exército russo só ataca “infraestruturas militares ou ligadas ao exército”.

29/07/2025 13h05

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ZAPORIZHZHIA (Ukraine), 29/07/2025.- A handout photo made available by the Zaporizhzhia Regional Prosecutor's Office shows the damage after glide bombs strike on a penal colony in Zaporizhzhia area, Ukraine, 29 July 2025. A Russian airstrike on the night of 28 to 29 July left some buildings of the penal colony, including the food block, destroyed. Administrative premises were also damaged. At least 17 people have died and 42 others were injured in the attack, according to the Zaporizhzhia Regional Prosecutor's Office. (Rusia, Ucrania) EFE/EPA/ZAPORIZHZHIA REGIONAL PROSECUTOR'S OFFICE / HANDOUT HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Os ataques russos à Ucrânia mataram pelo menos 25 civis nesta terça-feira (29), entre eles uma mulher grávida de 23 anos, e mais de dez prisioneiros, após Washington pressionar a Rússia a acabar com a invasão. As autoridades informaram que cerca de 50 pessoas ficaram feridas. Os bombardeios foram lançados um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter oferecido a Vladimir Putin, em vez de 50, 10 ou 12 dias para encerrar sua invasão à Ucrânia, sob ameaça de sanções. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu como “deliberado e intencional” um ataque russo a uma colônia penal na região de Zaporizhzhia, no sul do país.

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O Kremlin assegurou que “os russos não podiam ignorar que estavam atacando civis no estabelecimento”, negando que “alvos civis” estivessem sendo atacados, garantindo que o Exército russo só ataca “infraestruturas militares ou relacionadas ao Exército”. Imagens divulgadas pelo Ministério da Justiça da Ucrânia mostram destruição e tijolos espalhados ao redor do prédio da colônia penal de Bilenkivska, cujas janelas ficaram em ruínas. O ministério acrescentou que não há risco de fuga dos detentos, pois o perímetro da instalação não foi danificado.

O governador da administração regional, Ivan Fiôdorov, informou que a Rússia realizou oito ataques aéreos na região de Zaporizhzhia; um deles atingiu uma penitenciária, onde 16 pessoas faleceram e 43 ficaram feridas. Há três anos, um ataque a uma prisão de Olenivka, na região ucraniana de Donetsk, ocupada pela Rússia, resultou na morte de vários prisioneiros ucranianos. Kiev e Moscou se acusaram mutuamente.

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O governo de Putin, que também emite ameaças aos Estados Unidos por meio de seus porta-vozes, deve enfrentar medidas econômicas e militares que privem sua capacidade de realizar guerras, declarou o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, na rede social X. Um alto funcionário ucraniano informou à AFP que, no momento do ataque, havia 274 prisioneiros, todos ucranianos, e 30 funcionários. Também confirmou que não havia prisioneiros de guerra russos.

Violação do direito humanitário

O comissário ucraniano de direitos humanos, Dmytro Lubinets, denunciou na rede social X uma “flagrante violação do direito humanitário internacional” e “mais uma prova de crimes de guerra cometidos pela Rússia”. “Pessoas detidas em centros de detenção não perdem o direito à vida e à proteção”, afirmou.

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A Força Aérea Ucraniana comunicou que a Rússia lançou dois mísseis e 37 drones na madrugada de terça-feira, sendo 32 interceptados. Na região de Kharkiv (nordeste), ataques russos resultaram em seis mortos e outros três na região de Dnipropetrovsk (centro), incluindo uma gestante. Um hospital na mesma área foi danificado, de acordo com as autoridades locais.

Na Rússia, um indivíduo faleceu na região de Rostov após o ataque de um drone ucraniano, informou o governador regional, Yuri Sliusar. Apesar desses novos ataques, o Kremlin assegurou nesta terça-feira que mantém o “compromisso com um processo de paz”, afirmando também que “tomou nota” do ultimato de Trump. Peskov declarou, contudo, que a Rússia pretende continuar “preservando seus interesses”.

Moscou exige que Kiev ceda quatro regiões, além da Crimeia, anexada em 2014, e desista de aderir à Otan. As últimas negociações diretas entre russos e ucranianos em Istambul, Turquia, na semana passada, duraram menos de uma hora e, como em ocasiões anteriores, somente foram concluídas com um acordo para a troca de prisioneiros e corpos de soldados mortos. O Kremlin também lamentou a “desaceleração” na normalização das relações entre Washington e Moscou, embora tenha manifestado interesse em uma melhor “dinâmica” nesse processo.

Com informações da AFP, publicado por Fernando Dias.

Fonte por: Jovem Pan

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