Os ataques russos à Ucrânia mataram pelo menos 25 civis nesta terça-feira (29), entre eles uma mulher grávida de 23 anos, e mais de dez prisioneiros, após Washington pressionar a Rússia a acabar com a invasão. As autoridades informaram que cerca de 50 pessoas ficaram feridas. Os bombardeios foram lançados um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter oferecido a Vladimir Putin, em vez de 50, 10 ou 12 dias para encerrar sua invasão à Ucrânia, sob ameaça de sanções. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu como “deliberado e intencional” um ataque russo a uma colônia penal na região de Zaporizhzhia, no sul do país.
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O Kremlin assegurou que “os russos não podiam ignorar que estavam atacando civis no estabelecimento”, negando que “alvos civis” estivessem sendo atacados, garantindo que o Exército russo só ataca “infraestruturas militares ou relacionadas ao Exército”. Imagens divulgadas pelo Ministério da Justiça da Ucrânia mostram destruição e tijolos espalhados ao redor do prédio da colônia penal de Bilenkivska, cujas janelas ficaram em ruínas. O ministério acrescentou que não há risco de fuga dos detentos, pois o perímetro da instalação não foi danificado.
O governador da administração regional, Ivan Fiôdorov, informou que a Rússia realizou oito ataques aéreos na região de Zaporizhzhia; um deles atingiu uma penitenciária, onde 16 pessoas faleceram e 43 ficaram feridas. Há três anos, um ataque a uma prisão de Olenivka, na região ucraniana de Donetsk, ocupada pela Rússia, resultou na morte de vários prisioneiros ucranianos. Kiev e Moscou se acusaram mutuamente.
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O governo de Putin, que também emite ameaças aos Estados Unidos por meio de seus porta-vozes, deve enfrentar medidas econômicas e militares que privem sua capacidade de realizar guerras, declarou o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, na rede social X. Um alto funcionário ucraniano informou à AFP que, no momento do ataque, havia 274 prisioneiros, todos ucranianos, e 30 funcionários. Também confirmou que não havia prisioneiros de guerra russos.
Violação do direito humanitário
O comissário ucraniano de direitos humanos, Dmytro Lubinets, denunciou na rede social X uma “flagrante violação do direito humanitário internacional” e “mais uma prova de crimes de guerra cometidos pela Rússia”. “Pessoas detidas em centros de detenção não perdem o direito à vida e à proteção”, afirmou.
A Força Aérea Ucraniana comunicou que a Rússia lançou dois mísseis e 37 drones na madrugada de terça-feira, sendo 32 interceptados. Na região de Kharkiv (nordeste), ataques russos resultaram em seis mortos e outros três na região de Dnipropetrovsk (centro), incluindo uma gestante. Um hospital na mesma área foi danificado, de acordo com as autoridades locais.
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Na Rússia, um indivíduo faleceu na região de Rostov após o ataque de um drone ucraniano, informou o governador regional, Yuri Sliusar. Apesar desses novos ataques, o Kremlin assegurou nesta terça-feira que mantém o “compromisso com um processo de paz”, afirmando também que “tomou nota” do ultimato de Trump. Peskov declarou, contudo, que a Rússia pretende continuar “preservando seus interesses”.
Moscou exige que Kiev ceda quatro regiões, além da Crimeia, anexada em 2014, e desista de aderir à Otan. As últimas negociações diretas entre russos e ucranianos em Istambul, Turquia, na semana passada, duraram menos de uma hora e, como em ocasiões anteriores, somente foram concluídas com um acordo para a troca de prisioneiros e corpos de soldados mortos. O Kremlin também lamentou a “desaceleração” na normalização das relações entre Washington e Moscou, embora tenha manifestado interesse em uma melhor “dinâmica” nesse processo.
Com informações da AFP, publicado por Fernando Dias.
Fonte por: Jovem Pan