A Rússia atacou Kiev com drones e mísseis; 17 indivíduos sofreram ferimentos
O ataque se verificou em meio a um intercâmbio sem precedentes de detentos entre a Ucrânia e a Rússia, totalizando mil indivíduos libertados por cada parte.

Um ataque russo em grande escala, utilizando drones e mísseis, resultou em 15 feridos no sábado, 24, em Kiev, a capital ucraniana, mesmo com o início da segunda fase da maior troca de prisioneiros de guerra desde o início da invasão das tropas de Moscou há mais de três anos.
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A capital e sua região enfrentam novamente um ataque massivo do inimigo. Os sistemas de defesa antiaérea operam continuamente em Kiev e arredores, informou o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko.
A Força Aérea informou que abateu seis mísseis balísticos Iskander-M/KN-23 (em Kiev) e desativou 245 drones de combate do tipo Shahed, dos 14 mísseis e 250 drones lançados pela Rússia.
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Jornalistas da AFP em Kiev relataram intensos estrondos durante a noite. O prefeito e a administração civil e militar da cidade informaram sobre diversos incêndios e impactos de destroços de mísseis e drones em prédios de vários bairros da capital.
De acordo com a polícia, 15 indivíduos ficaram feridos em Kiev e mais dois na área metropolitana.
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Apenas sanções adicionais contra setores cruciais da economia russa forçariam Moscou a cessar os ataques, declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na rede social X. Ele insistiu que a causa do prolongamento da guerra está em Moscou.
“Se ainda há alguém com dúvidas de que a Rússia quer continuar com a guerra, que leia os jornais”, reagiu Katarina Mathernova, embaixadora da União Europeia na Ucrânia.
O ataque se verificou em meio a um intercâmbio excepcional de detentos entre a Ucrânia e a Rússia, com mil indivíduos sendo libertados por cada nação, no período compreendido entre sexta-feira e domingo.
O Ministério da Defesa da Rússia comunicou que mais de 300 prisioneiros de diversos países foram libertados no sábado.
A pasta informou que outros 307 soldados russos foram deslocados da Ucrânia e se encontram atualmente na Bielorrússia, recebendo assistência médica e psicológica.
Em contrapartida, 307 prisioneiros de guerra ucranianos foram realocados, informou o ministério.
A troca de prisioneiros é o único resultado tangível das negociações entre russos e ucranianos realizadas na semana passada em Istambul, o primeiro contato direto entre os dois lados em três anos.
Após a finalização da troca, as partes devem apresentar documentos que detalhem suas condições para um acordo que viabilize o encerramento do conflito, que teve início em fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia.
Surpresas
Na região de Chernihiv, onde foram levados os ucranianos resgatados na sexta-feira, centenas de indivíduos, em sua maioria mulheres, esperavam pelos familiares com bandeiras e fotografias.
Ao saírem das carceragens, os ex-detentos foram recebidos por gritos e lágrimas da multidão, que se moveu para abraçá-los ou obter informações sobre familiares presos.
A Rússia divulga poucas informações sobre a situação dos prisioneiros ucranianos e, em cada troca, há surpresas, declarou a AFP um funcionário de alto escalão de Kiev que pediu anonimato.
Em quase todas as trocas, há pessoas sobre as quais ninguém sabia nada, declarou. Às vezes, retornam pessoas que estavam nas listas de desaparecidos ou que eram consideradas mortas, afirmou.
“A primeira etapa da maior troca desde o início da guerra”, afirmou Zelensky na sexta-feira.
A Rússia comunicou que entre os civis liberados pela Ucrânia estavam “residentes da região de Kursk”, que havia sido parcialmente ocupada pelas forças de Kiev em uma ofensiva ocorrida em 2024, mas que atualmente está novamente sob controle russo.
A troca de prisioneiros e restos mortais de militares falecidos em batalha representa uma das últimas formas de colaboração entre Ucrânia e Rússia, que abrange 20% do território do país vizinho.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a troca, mantendo a pressão sobre as partes para que cheguem ao fim do conflito.
Parabeniza aos dois lados por esta negociação. Isso pode levar a algo importante?
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, anunciou na sexta-feira que o país está elaborando um documento contendo “as condições para um acordo duradouro, global e de longo prazo”, que será enviado à Ucrânia após a conclusão da troca de prisioneiros.
Kiev também deve fazer o mesmo com suas próprias condições.
Fonte: Carta Capital