A Rússia considera a Anistia Internacional como “indesejável”
Denúncia impede a atuação da organização não governamental no território russo e prevê até 6 anos de reclusão para indivíduos associados à entidade.

A Procuradoria Geral da Rússia classificou nesta segunda-feira (19.mai.2025) a ONG Anistia Internacional como uma “organização indesejável”. A determinação, conforme a legislação do país, restringe a atuação do grupo em território russo e pode resultar na prisão de indivíduos ligados à entidade.
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Elaborada em 2015, a legislação sobre “organizações indesejáveis” tem sido empregada pelas autoridades russas para limitar o funcionamento de grupos de oposição, organizações não governamentais, e meios de comunicação internacionais. A inclusão na lista impede qualquer atividade da entidade e prevê sanções que variam de até 4 anos de prisão para seus integrantes, e de até 6 anos para os líderes.
A sede londrina da Anistia Internacional funciona como centro de treinamento de projetos anti-rusos internacionais, financiados por apoiadores do governo de Kiev, declarou o escritório do Procurador-Geral da Rússia. As informações são do The Moscow Times.
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O escritório da organização no país já havia sido fechado em abril de 2022, semanas após o início da guerra na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin ordenou a invasão em 24 de fevereiro do mesmo ano.
As autoridades russas afirmaram que, desde o início da operação militar especial, ativistas [da Anistia Internacional] justificam os crimes de neonazistas ucranianos, solicitam o aumento do financiamento a esses grupos e defendem o isolamento político e econômico do país.
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A Anistia Internacional declarou que “não cederá a ameaças” e continuará atuando na defesa dos direitos humanos, inclusive no território russo.
As autoridades estão equivocadas ao considerarem que, ao classificarmos nossa organização como “indesejável”, cessaremos nosso trabalho de documentar e divulgar violações de direitos humanos. “Nenhuma ação autoritária silenciará nossa luta por justiça.”
De acordo com o Ministério da Justiça da Rússia, mais de 200 organizações estão atualmente na lista de “organizações indesejáveis”. Entre elas, está o próprio The Moscow Times, que foi incluído no grupo em 2024.
Fonte: Poder 360