A Rússia realiza o ataque mais amplo com drones desde o início da guerra contra a Ucrânia
Ataque acontece um dia antes da ligação telefônica entre Donald Trump e Vladimir Putin.

A Rússia lançou no domingo seu maior ataque com drones contra a Ucrânia desde o início da guerra, causando destruição de residências e a morte de pelo menos uma mulher, um dia antes da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre uma proposta de cessar-fogo.
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A inteligência ucraniana também acredita que Moscou planejava lançar um míssil balístico intercontinental ainda no domingo (18), buscando intimidar o Ocidente. Moscou não respondeu imediatamente à acusação.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, buscando reestabelecer os laços com Washington após uma visita desastrosa à Casa Branca em fevereiro, reuniu-se com o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado, Marco Rubio, em Roma, neste domingo, em virtude da posse do Papa Leão. A mídia ucraniana informou que o encontro teve duração de 40 minutos.
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Ucrânia e Rússia realizaram suas primeiras conversas presenciais em mais de três anos na sexta-feira (16), sob pressão de Trump para alcançar um cessar-fogo em uma guerra que ele prometeu resolver rapidamente. As partes em conflito concordaram na troca de 1.000 prisioneiros cada, porém não chegaram a um acordo para uma trégua, após Moscou apresentar condições que um membro da delegação ucraniana considerou “impossíveis”.
Os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Polônia pretendiam dialogar com Trump antes que os presidentes dos EUA e da Rússia fizessem declarações na segunda-feira (19).
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Os quatro líderes europeus visitaram Kiev na semana passada, solicitando novas sanções contra a Rússia, a menos que Moscou aceite um cessar-fogo, e Zelensky afirmou que se juntou a ele para telefonar a Trump na sexta-feira, após as negociações entre Rússia e Ucrânia.
Após uma noite de alertas aéreos, a Força Aérea da Ucrânia comunicou que, até as 8h de domingo, a Rússia havia lançado 273 drones contra cidades ucranianas, superando o recorde anterior estabelecido por Moscou em fevereiro, no terceiro aniversário da guerra.
Eu podia ouvir o zumbido.
Nas ruínas da casa de sua família, na região de Obukhiv, a oeste de Kiev, Natalia Piven, 44 anos, relatou como se abrigou em um porão com o filho após um alerta de ataque aéreo, a tempo de escapar à primeira onda de drones.
Eles então correram para um abrigo subterrâneo em uma escola infantil, antes que uma nova onda de drones se aproximasse da cidade. A residência deles foi totalmente destruída. Uma mulher de 28 anos, vizinha, faleceu. As autoridades ucranianas informaram que mais três indivíduos ficaram feridos, incluindo uma criança de quatro anos.
“Não consigo superar isso. Simplesmente não consigo. Eu conseguia ouvir claramente o drone voando em direção à minha casa”, disse Piven à Reuters.
Trump alterou a postura dos Estados Unidos, de apoio à Ucrânia para uma aceitação de elementos da narrativa de Moscou sobre a guerra que Putin iniciou em 2022. Contudo, Kiev e seus aliados europeus estão trabalhando intensamente para convencer Trump de que é Moscou quem está assegurando o cessar-fogo atualmente.
Zelensky declarou que aceitaria a proposta de Trump de um cessar-fogo imediato de pelo menos 30 dias, sem restrições. Moscou indicou que consideraria um cessar-fogo, contanto que as condições fossem cumpridas, incluindo a suspensão do envio de armamentos a Kiev.
Ademais, sustenta que qualquer acordo de paz deve tratar das origens fundamentais do conflito, abrangendo as demandas de que a Ucrânia entregue território, seja desarmada e adote o status de neutro. Kiev enxerga isso como uma rendição e declara que permaneceria vulnerável a novos ataques russos.
Em sábado, um ataque com drone russo ceifou nove vidas após atingir um ônibus na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, segundo Kiev. Zelensky qualificou o ataque como “deliberado” e solicitou medidas punitivas mais rigorosas contra Moscou, que afirmou ter alvo uma instalação militar.
Fonte: CNN Brasil