A Selic deve subir, ainda que economistas prevejam sua manutenção

Segundo especialistas e investidores, a decisão tomada pelo Copom na quarta-feira (18) é uma das mais incertas das últimas vezes.

16/06/2025 17h05

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(Imagem de reprodução da internet).

A expectativa do Comitê de Política Monetária (Copom) faz com que o mercado financeiro avalie, ainda que com margens reduzidas, a probabilidade maior de o Banco Central (BC) anunciar um aumento de 25 pontos-base na taxa Selic na próxima quarta-feira (18), de 14,75% para 15% ao ano, o que diverge das previsões dos economistas em pesquisa da Reuters e no relatório Focus.

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Na última sexta-feira (13) – atualização mais recente – a projeção das opções da Copom negociadas na B3 apontava para 56,5% de chances de alta de 25 pontos-base da Selic, em relação a 42% de probabilidade de manutenção.

Apesar desses valores estarem mais convergentes nas últimas reuniões, indicando uma possível divisão que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará, eles representam uma mudança notável nas expectativas que surgiram desde o final do mês anterior.

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Em 27 de maio, a probabilidade de aumento de 25 pontos-base na taxa Selic era de 14,5% e a chance de manutenção da Selic, de 83%.

Nos últimos encontros, os investidores têm direcionado maior parte de seus recursos para a expectativa de alta de 25 pontos-base na taxa Selic.

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Segundo cálculos do Banco Bmg, no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), a curva precificava nesta segunda-feira a probabilidade de aumento de 25 pontos-base na Selic em aproximadamente 60%, em comparação com 40% de chances de manutenção.

Isso contrasta, em certa medida, com as previsões dos economistas. Uma pesquisa da Reuters, divulgada na última sexta-feira, revelou que 27 dos 39 economistas consultados antecipavam a manutenção da Selic.

No relatório Focus do BC, divulgado nesta segunda-feira, a mediana das projeções dos economistas aponta para a manutenção da Selic na quarta-feira, com base nas respostas de 143 respondentes.

A divergência entre o preço dos ativos no mercado e as projeções dos economistas é frequente, especialmente em contextos de incerteza, como o presente. Também é comum que algumas instituições apresentem previsões mais precisas sobre as decisões do Copom, aproximando-se da avaliação do mercado.

Na sexta-feira, o BTG Pactual revisou sua projeção para o Copom, prevendo um aumento adicional de 25 pontos-base na Selic, elevando-a para 15% ao ano. O Goldman Sachs também prevê que o Copom deve elevar a taxa em 25 pontos-base. Outras instituições, como o Inter e o Bmg, continuam projetando a manutenção.

A decisão do Copom na quarta-feira se configura como uma das mais incertas dos últimos anos, segundo a avaliação de especialistas e investidores.

É uma das reuniões em que o mercado chega mais dividido, e essa divisão é mais recente. Saíram alguns dados econômicos e aparentemente houve uma mudança de discurso pelo Banco Central entre as reuniões do Copom, e as pessoas passaram a considerar a possibilidade de um aumento, afirmou Reuters Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil WM.

Isso fica evidente, com o mercado elevando a probabilidade para 25 pontos-base, conforme adicionou.

A participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento do Centro de Debates de Políticas Públicas, em São Paulo, no dia 2 de junho, representou um dos pontos de virada na troca de investidores.

O Galúpio defendeu a flexibilidade do Copom para decidir sobre a Selic, ainda que a instituição estivesse discutindo o ciclo de alta e não quando começaria o ciclo de cortes.

Também houve um aumento das preocupações com as contas públicas, em face das dificuldades do governo Lula em negociar com o Congresso medidas para alcançar a meta fiscal.

Para quem investe na manutenção da Selic, existe a expectativa de que o Banco Central possa preservar a taxa atualmente e iniciar, futuramente, um ciclo de cortes, conforme o cenário. Além disso, alguns indicadores da economia já indicam a manutenção da Selic.

Os dados de atividade persistem demonstrando a desaceleração da economia. Em conjunto com o indicador de inflação mais brandido de maio e o cenário de dólar mais fraco, o Banco Central pode interromper os ajustes nas taxas de juros na próxima reunião, encerrando o ciclo de aperto, afirmou a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, em análise a clientes.

As três formas que o Banco Central tem para controlar o dólar

Fonte por: CNN Brasil

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