A Suécia condena a mulher conhecida como “Rainha do Lixo” a seis anos de prisão por descartar resíduos tóxicos
Antiga presidente da Think Pink foi condenada em julgamento histórico por 19 acusações de crime ambiental agravado.

O tribunal distrital de Södertörn condenou Bella Nilsson, ex-presidente da empresa de gestão de resíduos Think Pink, a seis anos de prisão por infrações ambientais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nilsson, que já se autodenominou “Rainha do Lixo“, foi considerada culpada de 19 acusações de “crime ambiental agravado” pelo despejo ilegal de 200 mil toneladas de resíduos tóxicos.
Formulário de cadastro
LEIA TAMBÉM:
● CNI organiza viagem de empresários aos EUA para combater tarifas elevadas
● A tarifa ainda é predominante, a saída é negociar setor a setor, afirma ministro
● Renan Filho critica declarações de Michelle Bolsonaro sobre obra em acessos no estado do Acre
O processo, visto como o maior julgamento ambiental da história sueca, concluiu com uma sentença de 692 páginas. Além de Nilsson, outras 9 pessoas foram julgadas e condenadas por envolvimento no esquema que ocorreu entre 2015 e 2020.
A Think Pink lançou e soterraram materiais tóxicos em 21 locais distintos na área de Estocolmo, capital da Suécia, sem efetuar o tratamento adequado requerido pela legislação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A empresa atuava na coleta e descarte de resíduos, incluindo materiais de construção, eletrônicos, metais, plásticos, madeira, pneus e brinquedos, para municípios, construtoras, cooperativas de apartamentos e pessoas físicas.
A corte decidiu que a empresa descartou os resíduos sem a devida separação e tratamento. Essa ação resultou na liberação de substâncias tóxicas, incluindo chumbo, mercúrio, arsênio e outros produtos químicos, no ar, solo e água.
O juiz Niklas Schullerqvist declarou em comunicado que “as atividades de gerenciamento de resíduos do grupo representaram riscos – em certos casos, riscos substanciais – tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente”. Ele acrescentou que “não há dúvida de que infrações ambientais foram cometidas nos locais onde os resíduos foram manuseados”.
Na década de 1990, Nilsson atuou como dançarina de cabaré e gerenciou um clube noturno em Estocolmo. Foi condenada por fraude em 1998 e, em seguida, publicou suas memórias na obra “A Confissão de uma Stripper”. Em 2018, recebeu um reconhecido prêmio de empreendedorismo pelo seu trabalho na Think Pink.
Os demais quatro acusados primários foram julgados com penas que oscilam entre dois e quatro anos e meio de reclusão. Entre os condenados constam um consultor ambiental, um “corretor de resíduos”, um organizador de transportes, cinco proprietários de terras e o ex-marido de Nilsson, que também foi cofundador e ex-presidente da empresa.
De um total de 11 pessoas indiciadas no caso, apenas um empreendedor foi absolvido — um empresário que participou de um reality show. O tribunal determinou que ele se dedicou principalmente a atividades de marketing.
As cinco figuras centrais do caso foram condenadas a pagar 260 milhões de coroas suecas em indenizações a vários municípios pelos custos de limpeza e descontaminação. Um dos municípios mais afetados foi Botkyrka, onde duas pilhas de lixo da Think Pink queimaram por meses em 2020 e 2021 após uma combustão espontânea. Uma dessas pilhas estava localizada próximo a duas reservas naturais.
Fariba Vancor, atualmente, justificou-se no processo alegando que a Think Pink agiu em conformidade com a legislação. A defesa sustentou que quaisquer irregularidades ocorreram por equívoco e negou as alegações de que a empresa empregou documentos fraudulentos para ludibriar órgãos competentes.
O advogado de Nilsson, Jan Tibbling, declarou ao jornal Aftonbladet: “Foi um revés. É evidente que não estamos contentes”. Ele afirmou que ainda não havia discutido com sua cliente a viabilidade de apresentar um recurso. Nilsson alega ser vítima de uma conspiração organizada por concorrentes.
Fonte por: Poder 360