A suspensão da carne de frango importada do Brasil na União Europeia é considerada “hipócrita” por Santin

Associação do setor comemora protocolo sanitário, mas critica que alguns países se beneficiaram com a suspensão.

25/05/2025 17h27

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que houve “protecionismo e precificação” excessivos por parte de mercados como a Europa e o México com a suspensão da compra de produtos avícolas do Brasil.

Como podem temer a transmissão do vírus da influenza aviária se essa doença já está presente em seus territórios? A França e a Polônia registraram dezenas de casos de influenza aviária ativa em um curto período. Afirmou ser hipocrisia.

Santin argumenta que a Europa, em especial, estaria empregando a suspensão e o tema sanitário para disfarçar a “ineficiência” de sua própria indústria. Ele afirmou que, devido ao trabalho “louvável” do Mapa no controle da gripe aviária, o município de Montenegro já se encontra em período de vazio sanitário.

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Sem confirmação adicional até 18 de junho, o Brasil permanecerá, mais uma vez, livre de gripe aviária em granjas comerciais.

Prejuízo decorrente de suspensão.

Apesar dessas dificuldades, o efeito no mercado tem sido bastante restrito. Santin afirmou que, em 2024, durante outra crise sanitária na avicultura, causada pela identificação de um caso da doença de Newcastle em aves no município de Anta Gorda (RS), as exportações de proteína apresentaram uma redução de 12%, porém, no mês subsequente, os envios retomaram o crescimento.

Ele argumenta que o mercado precisa se normalizar, considerando que grandes mercados para aves do Brasil, como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Japão, não fecharam totalmente, o que garantirá um fluxo comercial mais estável.

Santin argumenta que o trabalho do Ministério da Agricultura e Pecuária para a reabertura de mercados durante a crise sanitária demonstra que “o esforço em prol da regionalização, iniciado há mais de 5 anos, com apoio do governo federal, visando a troca de certificados sanitários” é ainda mais essencial para assegurar a estabilidade para o setor nacional.

A oposição de alguns parceiros comerciais brasileiros ao acordo de regionalização contrasta com a avaliação da OMSA (Organização Mundial de Sanidade Animal), que já considerou satisfatórias as informações fornecidas pelo Brasil sobre o controle da gripe aviária no município de Montenegro.

Resposta às emergências

A rápida resposta ao caso recente no Rio Grande do Sul evidenciou a eficácia do rigoroso protocolo de biossegurança do Brasil, conforme apontou Santin. Ele elogiou a atuação do Ministério da Agricultura e da Secretaria da Agricultura do Estado.

Ele afirmou que os produtores aplicaram a biosseguridade com atenção, empregando medidas que permitiram que a doença permanecesse em uma única propriedade. “O Brasil possui um protocolo muito rigoroso, bastante robusto, o que evidencia que o país está preparado para enfrentar tais situações”.

Santin declarou que a criação de um fundo nacional de defesa sanitária é necessária para futuras emergências. Ele mencionou que estados como o Rio Grande do Sul já possuem fundos eficazes, como o Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal), que é majoritariamente financiado por recursos da iniciativa privada e que atuou prontamente para oferecer apoio financeiro imediato.

Outros estados não contam com estruturas semelhantes. Santin afirma que é necessário “harmonizar todo o Brasil”, estabelecendo um fundo nacional com recursos do governo e das empresas, sem afetar os fundos estaduais já existentes.

Visa-se assegurar que todo o território brasileiro possua capacidade de atuação rápida para a proteção animal, prevenção de doenças e garantia do fornecimento de alimentos para os brasileiros e para os mais de 150 países para os quais o Brasil exporta.

Santin argumenta que, apesar dos desafios, a imagem do Brasil se fortalece a cada crise. O Brasil responde por 39% do mercado global de frangos e demonstra responsabilidade, transparência e agilidade na ação, evidenciando ao mundo que o país leva a sanidade animal muito a sério. Estamos preparados, sim, para uma nova fase.

Fonte: Poder 360

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