A Terreira da Tribo abre inscrições para sua oficina de teatro de rua, com prazo até 16 de agosto, em Porto Alegre

Interessados em participar de oficinas gratuitas de teatro de rua em Porto Alegre (RS) têm até 16 de agosto para fazer inscrição. As aulas são oferecidas pela Tribo de Atuadores Ôi Nôis Aqui Traveiz e vão ocorrer entre 21 de agosto e 19 de dezembro. Para participar, é preciso enviar uma carta de intenção e currículo para o e-mail: [email protected].

As oficinas serão realizadas na sede da Terreira da Tribo, na Av. Pátria – 98, bairro São Geraldo, zona norte da Capital.

A iniciativa da Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo faz parte do Projeto “Teatro Como Laboratório Para a Imaginação Social”, contemplado com o Edital Olhos D’Água – Rede Nacional Escolas Livres de Formação em Arte e Cultura do Ministério da Cultura.

Durante o curso, serão discutidos os fundamentos do teatro político e popular. Considerando que a rua também é um palco, os participantes exploram posicionamentos como um questionamento contínuo da sociedade, incentivando uma nova interpretação da vida diária. Os estudantes investigam o movimento, o gesto e a voz para ampliar o corpo do ator e ocupar o espaço urbano. A atividade visa proporcionar experiências com diferentes linguagens para o desenvolvimento de personagens, situações e fábulas. Serão trabalhados elementos e recursos plásticos e musicais que auxiliam na criação poética da cena na rua.

A rua como cenário da expressão popular e política.

O teatro de rua foi uma das linhas de atuação da Tribo de Atuadores Ôi Nôis Aqui Traveiz. Modalidade surgida das manifestações políticas, com linguagem popular e intervenção direta na vida urbana.

As primeiras intervenções cênicas nas ruas de Porto Alegre surgiram em 1981, com apresentações curtas em manifestações ecológicas e anti-militaristas. A partir de 1985, com a apresentação de Teon – Morte em Tupi-Guarani, o Ôi Nós Aqui Traveiz iniciou uma trajetória de encenações para teatro de rua que até hoje percorrem as ruas, praças, bairros e vilas populares da Capital. Criando, assim, um teatro popular em que a arte e a política se fundem, voltado para a maior parte da população, que, pelas carências econômicas, não tem acesso às salas de espetáculos.

Para atrair esse público anônimo e transitório, o teatro de rua demanda uma pesquisa estética que incorpora elementos como máscaras e bonecos de grandes dimensões, pernas de pau e música, canto e dança, figurinos e adereços criativos e coloridos. “O ator para esse segmento do teatro precisa desenvolver diferentes técnicas expressivas que ampliem seu gesto e sua voz. E predisposição para lidar com todo tipo de imprevisto”, explica a atuadora da Tribo, Tânia Farias.

Farias, que também é pesquisadora, professora e produtora teatral, relata que “o cenário do espaço público demanda um gesto expandido, apto a captar a atenção de cidadãos que circulam de forma espontânea, integrando a formação de um grupo de plateia composto por indivíduos em situação de rua, pedestres, moradores, estudantes, crianças, comerciantes e turistas”.

A ativista ressalta a importância da função social do artista, buscando que esta formação estimule o surgimento do ator e da atriz qualificado não somente no exercício da arte, mas também com atenção ao seu desenvolvimento como cidadão. A Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo, em sua proposta de trabalho, promove anualmente seminários, ciclos de debates e oficinas de iniciação teatral, formação, pesquisa de linguagem e treinamento do ator.

Serviço

Oficina de Teatro de Rua da Terreira da Tribo

Inscrições até 16 de agosto pelo e-mail: [email protected]

Terreira da Tribo – Av. Pátria, 98 / São Geraldo – Porto Alegre (RS)

Fonte por: Brasil de Fato