A Torre Trump na Síria: país busca aproximação com os EUA para reduzir as sanções

Ahmed al-Sharaa procura reunião com Donald Trump para amenizar a visão do presidente norte-americano em relação a Damasco.

11/05/2025 18h33

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(Imagem de reprodução da internet).

A construção de um arranha-céu no estilo Trump em Damasco, a busca por uma desescalada nas relações com Israel e o acesso dos Estados Unidos ao petróleo e gás sírios fazem parte da estratégia do líder sírio, Ahmed al-Sharaa, que visa obter um encontro pessoal com o presidente americano, Donald Trump, durante sua viagem à região do Oriente Médio.

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Jonathan Bass – um ativista americano favorável a Trump – encontrou-se com Sharaa por quatro horas em Damasco, em 30 de abril, com ativistas sírios e estados árabes do Golfo. Ele tem tentado organizar um encontro entre os dois líderes, embora a possibilidade seja improvável, durante a semana.

Bass afirmou que o interlocutor dele deseja uma Torre Trump em Damasco, buscando a paz com seus vizinhos. Ele considerou que essa iniciativa seria benéfica para a região e para Israel.

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A Síria tem enfrentado dificuldades para cumprir as exigências de Washington, que visam o fim das sanções americanas, que a isolam do sistema financeiro global e dificultam a recuperação econômica após 14 anos de conflito.

Bass acredita que reunir Trump com Sharaa, que permanece sendo uma terrorista designada pelos Estados Unidos devido ao seu histórico na Al-Qaeda, pode auxiliar na moderação do pensamento do presidente republicano e de seu governo em relação a Damasco, amenizando o relacionamento cada vez mais tenso entre Síria e Israel.

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Uma parte do esforço se fundamenta no histórico de Trump de desafiar convenções da política externa americana, como seu encontro com o líder norte-coreano Kim Jong Un na zona desmilitarizada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em 2019.

Sharaa deseja um acordo comercial para o futuro de seu país, afirmou Bass, ressaltando que o acordo poderia incluir a exploração de energia, cooperação contra o Irã e o envolvimento com Israel.

Sharaa também relatou ter presenciado uma conexão pessoal com Trump: ambos sofreram disparos e escaparam por pouco de tentativas de homicídio, segundo Bass.

As autoridades sírias e um funcionário da mídia presidencial não emitiram declarações em resposta a um pedido de comentário.

A presidência síria informou que Sharaa conversou com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o governante de fato da Arábia Saudita, no domingo.

Uma fonte próxima a Sharaa afirmou que um encontro entre Trump e Sharaa ainda era possível na Arábia Saudita, sem confirmar se o líder sírio havia recebido um convite.

“Se a reunião acontecerá ou não, só saberemos no último momento”, declarou a fonte.

O encontro entre Trump e Sharaa, ocorrido durante a visita do presidente dos EUA à região, é considerado improvável, considerando a agenda intensa de Trump, suas prioridades e a ausência de acordo entre seus assessores sobre a questão da Síria.

Uma fonte próxima aos esforços em curso informou que uma reunião de alto nível entre a Síria e os EUA estava agendada para ocorrer na região durante a semana da visita de Trump, porém não envolveria o presidente e Bashar al-Assad.

“Certamente existe um esforço em curso”, afirmou Charles Lister, diretor da Iniciativa Síria no Instituto do Oriente Médio.

A melhor forma de abordar a situação é conversando diretamente com Trump, devido à grande quantidade de ideós que precisam ser contornados.

Os Estados Unidos ainda não definiram uma política consistente para a Síria, mas o governo tem encarado as relações com Damasco sob uma ótica de combate ao terrorismo, segundo três fontes, incluindo um funcionário norte-americano envolvido na elaboração de políticas.

Essa estratégia foi demonstrada pela designação de uma delegação dos EUA em uma reunião no mês passado entre Washington e o Ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shibani, em Nova York, que compreendeu um alto funcionário antiterrorismo do Departamento de Estado, segundo duas fontes.

As autoridades americanas informaram a Shibani que Washington considerou as medidas adotadas por Damasco insuficientes, sobretudo em relação ao pedido dos EUA para que removesse combatentes estrangeiros de altos cargos no exército e os expulsasse da totalidade.

Desde então, o Tesouro dos EUA passou a impor suas próprias exigências ao governo sírio, elevando o número de condições para mais de uma dúzia.

O Departamento de Estado dos EUA não divulgou os participantes da reunião de lado norte-americano e afirmou não comentar discussões diplomáticas privadas.

O porta-voz da Casa Branca, James Hewitt, do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que as ações das autoridades sírias determinarão o futuro apoio dos Estados Unidos ou o possível levantamento das sanções.

Fonte: CNN Brasil

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