O educador Vitor Henrique Paro, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), criticou veementemente a tentativa do governo Tarcísio Freitas (Republicanos) de contratar 208 policiais militares para atuarem como professores em escolas cívico-militares, classificando a medida como “estapafúrdia” e “criminosa”.
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É como se se estivessem designando matadouros para realizarem operações cirúrgicas. Não se admite.
Segundo Paro, ao insistir em militarizar as escolas, o governo age de forma deliberada para desestruturar ainda mais o ensino público. “Isso é para desgraçar ainda mais a escola pública, para privatizá-la, além de favorecer os militares com sua intenção [… ] de armar suas polícias militares e formar as pessoas com uma concepção de milícia, verdadeiramente para continuar o golpe do nefasto [ex-presidente Jair] Bolsonaro (PL), que está em vias de ir para a prisão”.
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De acordo com o professor, a questão da educação não será resolvida com soluções autoritárias, mas sim com uma transformação profunda na maneira de ensinar e na relação entre a escola e a comunidade. “O hospital, quando tem problema, procura soluções médicas. A escola, quando tem problema, precisa de soluções educativas, e não militares. A escola está ruim porque faltam recursos, os professores são mal preparados, e o ensino é ultrapassado”, avalia.
A nomeação de militares foi suspensa por uma determinação liminar assegurada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) no Judiciário paulista, contudo, o governo declarou que buscará a revisão da decisão. Parlamentares do PSOL também protocolaram ação cidadã contra a medida.
Nós, educadores, não podemos fazer nada a respeito. É preciso confiar em políticos competentes, como os que temos, que decretaram um período de segurança contra essa medida absurda, criminosa.
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Fonte por: Brasil de Fato