A União Europeia busca amenizar as tensões com Trump, em meio a recentes incrementos no orçamento da Defesa

Os Estados Unidos estão aplicando uma taxa de 25% sobre o aço e os automóveis da União Europeia e uma taxa de 10% sobre a maioria dos demais produtos.

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Brussels (Belgium), 10/06/2025.- EU Commission President Ursula von der Leyen speaks during a press conference to brief the press on the 18th package of sanctions against Russia, in Brussels, Belgium, 10 June 2025. (Bélgica, Rusia, Bruselas) EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS

Em uma cúpula em Bruxelas, os países da UE buscam uma solução para alcançar um acordo comercial com os Estados Unidos nesta quinta-feira (26), um dia após atenderem ao presidente Donald Trump com um aumento histórico nos gastos militares. O governo americano aplica atualmente uma tarifa de 25% sobre o aço e os automóveis da UE e 10% sobre a maioria dos outros produtos. Contudo, o prazo estabelecido por Trump, 9 de julho, se aproxima. Caso não haja acordo, o republicano ameaça elevar para 20% a tarifa generalizada aos 27 membros.

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A questão será discutida nesta quinta-feira na capital belga, em um encontro entre chefes de Estado e de governo da UE. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e responsável pelas negociações em nome dos 27, aproveitará para definir os limites entre as partes.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, solicitou agilidade. “Apoio à Comissão em todos os seus esforços para alcançar rapidamente um acordo comercial”, declarou ao chegar à capital belga.

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Um dos riscos em Bruxelas é chegar a um acordo em que a UE aceite algumas tarifas, sem agir reciprocamente, impondo outras sobre os mesmos produtos americanos. Eliminar as tarifas parece inviável. Várias fontes diplomáticas indicam que o objetivo, como na cúpula da Otan em Haia, é permitir que Trump reivindique a vitória, sem ceder em setores-chave. Uma dessas fontes apontou a possibilidade de um acordo no qual os Estados Unidos imporiam uma tarifa geral às importações europeias, com isenções para aço, automóveis, medicamentos e o setor aeronáutico.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, criticou uma guerra tarifária que se caracteriza por tarifas “injustas” e unilaterais. Ele minimizou a ameaça de Trump de punir a Espanha por não se comprometer a aumentar seus gastos com defesa para 5% do PIB na cúpula da Otan em Haia.

O presidente francês, Emmanuel Macron, já havia levantado a questão na quarta-feira, em Haia, horas após europeus e Canadá adotarem o aumento nos gastos militares exigido por Trump. “Não podemos dizer, entre aliados, que precisamos gastar mais (¦), e travar uma guerra comercial dentro da Otan é uma aberração”.

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As negociações com Washington avançaram nas últimas semanas. A UE havia ameaçado, no início de maio, aplicar até US$ 107 bilhões (R$ 593 bilhões) em tarifas sobre produtos americanos, sobretudo aeronaves e automóveis, caso as negociações não tivessem sucesso. Desde então, reduziu essa ameaça. Os Estados Unidos aproveitam esta oportunidade para obter concessões nas regulamentações europeias sobre plataformas digitais, que resultaram em multas bilionárias para Apple e Meta e em uma investigação ao Google por supostas violações das regras de concorrência.

Publicado por Luisa Cardoso com informações da AFP

Fonte por: Jovem Pan

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