Após a Polícia Federal (PF) enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório do inquérito que apura o uso ilegal de ferramentas de monitoramento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso que ficou conhecido como “Abin paralela”, o próximo passo é o STF encaminhar o material para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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O ministro do Supremo Alexandre de Moraes receberá o relatório de mais de 800 páginas da Polícia Federal para obter uma manifestação da Procuradora-Geral da República.
A Procuradoria-Geral da República pode não estabelecer prazo para a denúncia, oferecer a denúncia contra os mais de 30 indiciados, denunciar de forma parcelada, com menos nomes na lista, devolver o caso para novas diligências da PF ou arquivar a denúncia, se entender que não houve crime.
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De acordo com a CNN, os indícios apontam para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
Foram também indiciados integrantes da atual cúpula da Abin, incluindo o atual diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa.
A Polícia Federal aponta o emprego indevido da estrutura da Abin para conduzir o acompanhamento discreto de autoridades públicas, ministros do STF e jornalistas em decorrência do governo Bolsonaro.
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A cúpula atual da Abin foi indiciada por suposta tentativa de obstruir as investigações.
Segundo o relatório da Polícia Federal, Alexandre Ramagem é apontado como o principal responsável por organizar o esquema ilegal de monitoramento. Ele exerceu o cargo de diretor da Abin durante o governo Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado, conforme investigações, por ter conhecimento da estrutura paralela e se beneficiar dela, além de não ter adotado nenhuma medida para impedir a prática de espionagem ilegal.
O vereador Carlos Bolsonaro foi indiciado por liderar o denominado “gabinete do ódio”, que teria empregado informações provenientes da Abin para criar e divulgar conteúdos nas redes sociais com o propósito de atacar oposição política do ex-presidente.
A CNN buscou e espera as alegações das defesas dos acusados.
Primeiro Quilômetro
Segundo o relatório da Polícia Federal, o sistema israelense de geolocalização FirstMile foi empregado de maneira irregular para fins de espionagem, notadamente em 2021, período pré-eleitoral. A ferramenta, criada pela empresa Cognyte (anteriormente Verint), possibilitou o rastreamento de até 10 mil telefones celulares por ano nos três primeiros anos do governo Bolsonaro.
A investigação indica que ministros do STF, deputados e jornalistas tiveram seus locais de localização monitorados por essa “Abin paralela”, organizada fora dos procedimentos legais da agência.
Fonte por: CNN Brasil