Acompanhe o desenvolvimento dos primeiros depoimentos do centro-aviário apontado como central no suposto esquema, e as reações de petistas e seguidores de Bolsonaro

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, foi o primeiro a depor devido à celebração de acordo de colaboração premiada, os demais acusados têm o direito de testemunhar por último.

09/06/2025 23h11

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(Imagem de reprodução da internet).

A segunda-feira (9) iniciou o depoimento do ex-chefe do Executivo e outros sete réus no processo penal que investiga a tentativa de golpe de Estado, ocorrido com apoio de seguidores tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, foi o primeiro a depor, após fechar acordo de colaboração premiada. Os demais acusados têm o direito de falar por último. Nesta segunda-feira, foram interrogados Cid e o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). As perguntas feitas pelo ministro Luiz Fux, do STF, foram as que mais repercutiram entre grupos bolsonaristas. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid informou a Fux que a minuta do golpe não foi assinada, mas que Bolsonaro recebeu, leu e pediu alterações na minuta do golpe. Esse trecho foi cortado e divulgado em redes sociais por figuras como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e o deputado estadual de São Paulo Bruno Zambelli (PL). “Pergunta de Fux acaba com o julgamento e prova inocência do Bolsonaro”, escreveu Gayer.

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O PT, em particular, mobilizou a base durante a segunda-feira, com a mensagem circulando em grupos de WhatsApp petistas pela manhã e no início da tarde: “Prepare a pipoca, coloque a cerveja para gelar e vamos engajar nas redes”. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) publicou um vídeo preparando pipoca para assistir ao interrogatório. “Mauro Cid confirma tudo: Bolsonaro queria golpe e prender Alexandre de Moraes. Sem anistia! Bolsonaro preso já!”, escreveu Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, em publicação no X (ex-Twitter). “Era golpe mesmo. E agora tudo se confirma”, postou o Twitter no Instagram.

Segundo Mauro Cid, Bolsonaro “enxugou” o documento, que inicialmente previa as prisões de diversas autoridades do Judiciário e do Congresso, como ministros do STF e o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Ele de certa forma enxugou o documento. Basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Mores) ficaria como preso. O resto…”, afirmou Mauro Cid. Moraes brincou: “O resto foi conseguindo um habeas corpus.”

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Cid afirmou ter presenciado grande parte dos fatos, mas não participou. A minuta com propostas golpistas teria sido levada a Bolsonaro pelo ex-assessor Filipe Martins, que cuidava de Assuntos Internacionais, segundo Mauro Cid. Fux acabou se tornando o membro da Primeira Turma do STF a quem bolsonaristas costumam reservar boas expectativas no julgamento da ação penal. Foi ele quem pediu vista do julgamento da cabeleireira Débora dos Santos, que pichou a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça no 8 de janeiro. Fux já sinalizou que deve atuar como um “revisor informal” da relatoria de Alexandre de Moraes no caso que apura a tentativa de golpe de Estado. Durante a análise das questões preliminares da ação penal, Fux foi o único ministro a divergir do posicionamento de Moraes a favor do julgamento de Bolsonaro e dos demais denunciados na Primeira Turma em vez do plenário do STF.

Em continuidade a Cid, os réus serão citados em ordem alfabética: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil).

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Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Sarah Paula

Fonte por: Jovem Pan

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