Acordo da Eldorado deve estimular investimentos, afirmam especialistas

O alto valor da aquisição das ações da Paper pela J&F indica expectativa de fluxo de caixa positivo e margem de lucro da empresa de celulose, garantindo segurança aos investidores.

15/05/2025 15h41

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(Imagem de reprodução da internet).

A aquisição dos 49% da Paper Excellence na Eldorado pela J&F deve impulsionar os investimentos da empresa e aumentar a segurança para os investidores, afirmaram analistas da CNN.

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A resolução do conflito de aproximadamente 8 anos foi anunciada na véspera e deve ser formalizada nesta quinta-feira (15). A J&F já possui os outros 51% da Eldorado e, a partir daí, terá a totalidade das ações da empresa – o que não ocorria desde 2017, quando começou a controvérsia.

O negócio operacionalmente está bem, operando em capacidade máxima. Com a resolução desse problema, a J&F pode acelerar outros investimentos em celulose no Brasil. Essa possibilidade aumenta com a solução do conflito jurídico e societário, conforme afirmou Daniel Utsch, gestor de renda variável da Nero Capital.

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A resolução do conflito também deve garantir segurança jurídica aos investidores e impulsionar o crescimento dos negócios da Eldorado, destacaram os analistas.

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A resolução desses graves conflitos geralmente é muito positiva para a empresa e representa um aumento da concorrência no setor. Agora a J&F tem mais liberdade para definir as estratégias [na Eldorado]. É um player capitalizado e com vasta experiência em commodities, exportação e mercados globais, por ser uma companhia que já possui essa expertise, isso proporciona mais segurança aos investidores, afirmou Arthur Horta, analista de investimentos da GTF Capital.

“Com o término desse conflito, a Eldorado terá mais liberdade para implementar seus planos de expansão”, declarou Guilherme Bertolini, sócio do Cascione Advogado.

Os analistas expressaram otimismo em relação ao futuro da Eldorado devido ao alto valor oferecido pela J&F pela parte da Paper. A CNN previa que a aquisição seria realizada por aproximadamente R$ 15 bilhões, equivalentes a US$ 2,6 ou R$ 2,7 bilhões, referentes aos 49% da multinacional sino-indonesa. O valor é significativamente maior que os R$ 3,8 bilhões investidos pela Paper na aquisição da participação na empresa de celulose.

“É uma transação privada extremamente complexa de oito anos de tramitação e envolvendo uma avaliação bastante elevada. Dá para se tirar uma visualização positiva de perspectiva do setor, porque a J&F está vendo um fluxo de caixa futuro das operações que justifica pagar um preço alto”, declarou Daniel Utsch.

Existe divergência entre os especialistas acerca do tamanho do impacto que o encerramento do negócio pode trazer ao setor de celulose.

O aumento da competição, proveniente da GTF Capital, pode, a médio prazo, levar à diminuição dos preços da celulose de fibra curta.

O Brasil é um dos países mais competitivos, sobretudo na produção de celulose de fibra curta, devido à capacidade de produzir celulose de eucalipto. Isso resulta em margens elevadas para as empresas locais, incentivando novos investimentos. Mesmo com a queda nos preços da oferta global, é possível manter a rentabilidade, afirmou.

Daniel Utsch, da Nero Capital, ressalta que a competitividade e os efeitos nos preços serão distintos conforme a oferta e a demanda mundiais, ainda que o Brasil represente um papel relevante no mercado de celulose.

O mercado de celulose é de competição global, dependente da oferta e demanda mundiais. Acredito que não é relevante considerar cenários competitivos no Brasil, pois a demanda da China e a oferta proveniente de Indonésia, Chile e outros países é mais relevante para Suzano e Klabin na precificação do que o fim da disputa na Eldorado.

Fonte: CNN Brasil

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