Acordo de cessar-fogo entre Índia e Paquistão mantém-se vigente após denúncias recíprocas de infrações

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou uma trégua.

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(Imagem de reprodução da internet).

O acordo de cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão permanece em vigor neste domingo, 11, mesmo após as duas potências nucleares se acusarem mutuamente de infringir a trégua declarada no dia anterior.

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O acordo de cessar-fogo foi estabelecido no sábado, após quatro dias de combates e retaliações entre as partes, que resultaram em pelo menos 60 mortos e a evacuação de milhares de pessoas. Foi o pior incidente de violência desde o último conflito aberto entre a Índia e o Paquistão em 1999.

A suspensão “total e imediata” dos combates foi anunciada de forma inesperada pelo presidente americano, Donald Trump, após “uma longa noite de negociações mediadas pelos Estados Unidos”.

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Nova Delhi e Islamabad confirmaram a informação após Trump anunciar em sua rede Truth Social.

A tensão entre os dois polos nucleares gerou preocupações com um conflito armado.

Contudo, o Secretário das Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, acusou de “repetidas violações” do cessar-fogo neste domingo e afirmou que suas forças armadas estão fornecendo uma resposta adequada e apropriada.

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O Paquistão afirmou manter-se “comprometido” com a trégua e que seus elementos estavam lidando com as violações indianas com “responsabilidade e moderação”.

Paz frágil

Um clima de incerteza prevaleceu nas regiões fronteiriças do Caxemira, sob administração indiana, no domingo.

Moradores de diversas vilas no lado indiano da Linha de Controle, a fronteira real da Caxemira dividida, relataram que os bombardeios do Paquistão retomaram algumas horas após o anúncio do cessar-fogo.

A residência de Bairi Ram, localizada na vila de Kotmaira, foi destruída por bombardeios, e três de seus búfalos pereceram. “Fim”, lamentou.

Hazoor Sheikh, de 46 anos, proprietário de uma loja no principal mercado da cidade fronteiriça indiana de Poonch, a mais afetada pelos confrontos, foi um dos primeiros a reabrir seu estabelecimento neste domingo.

“Por fim, após dias, pudemos descansar em paz”, declarou Sheikh.

Praveen Donthi, analista do International Crisis Group, demonstrou ceticismo em relação ao cessar-fogo.

A paz é frágil. É muito precária, afirmou ele à AFP neste domingo.

As relações permanecem hostis. As circunstâncias serão difíceis. Os ataques de baixa intensidade continuam, provavelmente não por parte das forças militares, mas sim de ativistas.

Acampamentos terroristas

O conflito iniciou-se com o ataque de 22 de abril na Caxemira sob administração indiana, que ceifou a vida de 26 turistas, em sua maioria homens hindus, ataque que o Paquistão é acusado de perpetrar.

O Afeganistão acusa o grupo Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão e considerado uma organização terrorista pela ONU, de ser responsável pelo ataque, o que Islamabad nega.

Na quarta-feira, o Irã lançou ataques com mísseis contra “acampamentos terroristas”. Islamabad respondeu com fogo pesado de artilharia e afirmou ter abatido cinco aeronaves de combate.

Grupos armados que atuam na Caxemira aumentaram suas ações desde 2019, após o governo nacionalista hindu, liderado pelo primeiro-ministro indiano Narendra Modi, ter revogado a autonomia do estado e transferido o controle direto para Nova Delhi.

Após a independência do domínio britânico em 1947, ambos os países protagonizaram várias guerras em busca do domínio absoluto da região.

Fonte: Carta Capital

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