Consumo Excessivo de Açúcar e o Debate sobre Adoçantes
As redes sociais têm amplamente divulgado vídeos alertando sobre os riscos do consumo excessivo de açúcar, um fator que contribui para o aumento de casos de diabetes tipo 2, obesidade e outras doenças crônicas. Dados do Ministério da Saúde revelam que o brasileiro, em média, ingere 80 gramas de açúcar por dia, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma faixa entre 25 e 50 gramas.
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Uma alternativa para reduzir a ingestão de carboidratos é o uso de adoçantes. Entre os naturais, obtidos a partir de plantas, frutas e vegetais, destacam-se a estévia, a tagatose e o eritritol. Já os artificiais, produzidos em laboratório e caracterizados por oferecer sabor doce com poucas calorias, incluem o aspartame, a sacarina e a sucralose. No entanto, o consumo de adoçantes sintéticos requer cautela.
Estudos recentes apontam para uma possível relação entre o uso regular de adoçantes sintéticos e o declínio cognitivo. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), publicada na revista Neurology, acompanhou mais de 12 mil pessoas por oito anos e identificou uma associação entre o consumo de aspartame, sacarina, acessulfame-K, eritritol, sorbitol e xilitol e o declínio cognitivo. Os participantes com mais de 35 anos, divididos em grupos de acordo com a frequência de consumo, apresentaram taxas de declínio cognitivo e perda na habilidade verbal significativamente maiores.
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Os pesquisadores atribuem os resultados alarmantes à neurotoxicidade e neuroinflamação provocadas por metabólitos, substâncias resultantes das reações metabólicas dos adoçantes sintéticos. A OMS e outras entidades de saúde alertam que os adoçantes artificiais não são essenciais na dieta e não oferecem valor nutricional relevante.
Estudos da PubMed Central e da National Library of Medicine indicam que os adoçantes sintéticos podem impactar negativamente a saúde gastrointestinal e neurológica, causando dores de cabeça e alteração do paladar. O consumo regular também está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC). Pesquisas ligam o aspartame a um aumento no risco de câncer e a problemas de saúde no fígado.
As recomendações de consumo variam conforme o tipo de adoçante. O aspartame, por exemplo, deve ser ingerido em até 40 mg por quilo de peso corporal por dia, segundo a OMS. O eritritol tem um limite de 40 gotas diárias. Reduzir o consumo de adoçantes pode ser um desafio, mas pequenas mudanças graduais podem facilitar o processo a longo prazo.
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