Advogada que denunciou Payet relata que Borderline intensificou o problema e fornece informações sobre o relacionamento

Larissa Ferrari relata, em entrevista exclusiva, a experiência do caso com o ex-Vasco, afirmando que o atleta francês se aproveitou de sua situação de fragilidade; especialista comenta sobre o transtorno.

14/06/2025 7h09

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(Imagem de reprodução da internet).

A denúncia envolvendo Dimitri Payet, que rescindiu seu contrato com o Vasco da Gama no dia 9, gerou repercussão no cenário esportivo. Larissa Ferrari, advogada do Paraná, relata ter vivenciado um relacionamento abusivo com o jogador. Segundo a moça, a relação durou cinco meses, mas a situação se tornou incontrolável quando o atleta supostamente utilizou a doença como forma de manipulação da parceira. “Eu tenho transtorno de Borderline, é uma doença que oscila muito e tenho um medo absurdo de rejeição. E ele sempre teve consciência de tudo, inclusive que eu havia sofrido abuso sexual na infância e usou isso contra mim”, declarou Larissa em entrevista exclusiva ao Portal Jovem Pan.

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A influenciadora relata ter sido pressionada a produzir vídeos degradantes para demonstrar seu afeto por Payet, configurando uma espécie de jogo. Ela afirma ter gravado conteúdos em que lambia o chão, o lixo e consumia água do vaso e sua própria urina. Adverte que se sentia envergonhada por essas ações e que ele impunha prazos, como “sete dias para me provar seu amor”, e ela obedecia.

Larissa relata que o jogador praticava chantagem emocional, tanto durante o relacionamento quanto após o término. Ela afirma que ele utilizava palavras depreciativas, a agredia fisicamente (com evidências documentadas) e a submetia a situações que geravam constrangimento. Segundo ela, houve até mesmo um episódio em que ele colocou a cabeça dentro do vaso sanitário durante o ato sexual. O que mais a assustava era o conhecimento de seus problemas psicológicos e traumas, que ele explorava por meio de sua vulnerabilidade.

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O jogador francês Dimitri Payet compareceu à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, acompanhado de uma advogada e de um intérprete. Ele contestou as acusações de agressões, tanto físicas quanto morais, e declarou que tudo o que ocorreu entre os dois foi de comum acordo. Ele alegou que os hematomas em Larissa resultaram de práticas consensuais durante o ato sexual.

Payet ainda afirmou não ter conhecimento de problemas psicológicos da parceira e que a questão foi revelada quando ele recusou a proposta dela para que mantivessem o relacionamento na França, com despesas pagas por ele. O Ministério Público solicitou o arquivamento do processo e a defesa de Larissa irá recorrer da decisão.

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Especialista explica o Transtorno de Personalidade Borderline e reações.

Taty Ades, psicanalista com pós-graduação em neuropsicologia e neurociência que atua há 20 anos no tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), informa que, infelizmente, esse tipo de quadro é comum em quem sofre com a doença. “Já atendi diversos pacientes borderlines que se submeteram a muito abuso físico, verbal e emocional. Esse medo de rejeição relatado por Larissa realmente existe para eles, só que de uma forma muito mais intensa, o que, por vezes, faz com que o parceiro se aproveite da situação. Vejo, não estou falando que é o caso do jogador, isso, somente a Justiça vai poder julgar. O que estou afirmando como profissional da área de saúde é que, diariamente, recebo casos em consultório com conteúdo parecido ao relatado por essa moça.”

A especialista ainda explica que, frequentemente, tais situações ocorrem devido ao parceiro apresentar um perfil mais narcisista, de domínio e que sabe exercer o controle da situação. “Tive uma paciente que namorava um rapaz que chegava a trancar-la no armário, a fazia observar ele tendo relações com outras mulheres e a agredia de todas as formas.”

Realmente, quem possui Transtorno de Personalidade Borderline tem pavor de abandono e é capaz de fazer qualquer coisa para que o outro não se afaste. É claro que o diagnóstico deve ser validado por um profissional e, infelizmente, na maioria dos casos, ocorre a submissão no relacionamento e muita instabilidade, obviamente. Há anos, a psicanalista atua em busca de uma melhor qualidade de vida para seus pacientes, tanto que acaba de lançar “Borderline Método Costura”, livro indicado a profissionais de saúde sobre seu método exclusivo de cura.

Fonte por: Jovem Pan

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