Advogadas são detidas no Ceará por esquema de fraude envolvendo idosos

Polícia realizava operação em âmbito nacional para desmantelar organização criminosa que utilizava empresas de fachada para cometer fraudes em créditos …

23/07/2025 9h47

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

Duas advogadas e o marido de uma delas foram detidas em Fortaleza, durante a Operação “Entre Lobos”, realizada na terça-feira (22) pelo Ministério Público de Santa Catarina, com apoio do Grupo de Ação Especial de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco) do Ceará.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A operação nacional investiga uma organização criminosa especializada em fraudes contra idosos por meio de cessões de créditos judiciais, empregando estruturas de empresas e escritórios de fachada para desviar recursos.

No Ceará, além das três prisões, foram executados oito mandados de busca e apreensão. Dentre os alvos, constam três escritórios de advocacia e duas empresas com atuação direta no esquema.

LEIA TAMBÉM:

A operação ocorreu simultaneamente nos estados de Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas, com 13 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. Foram bloqueados até R$ 32 milhões em contas bancárias e apreendidos 25 veículos.

As investigações indicam que o grupo criminoso contatava idosos e indivíduos em situação de fragilidade, oferecendo serviços jurídicos para analisar contratos bancários. Sem compreender totalmente a situação, as vítimas eram levadas a assinar contratos de cessão de crédito com valores significativamente menores do que os que teriam direito a receber judicialmente. Em diversos casos, essas assinaturas eram realizadas com reconhecimento de firma em cartórios, visando legitimar os acordos fraudulentos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Conforme apurado pelo Ministério Público, o esquema tinha grande atuação no Ceará, através da empresa BrasilMais Precatórios, com sede em Fortaleza. Dos mais de R$ 5,1 milhões liberados judicialmente, apenas aproximadamente R$ 500 mil foram destinados às vítimas, o que representa menos de 10% do valor total. O restante foi desviado indevidamente e repassado aos membros da organização.

Criminosos empregavam a aparência do Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP) para atrair vítimas pela internet. O site reproduzia uma instituição de apoio jurídico, com o objetivo exclusivo de captar aposentados para o golpe fraudulento.

A acusação indica que as autorizações judiciais eram sempre emitidas em nome do escritório de advocacia da investigada, que é apontada como líder da organização, porém os valores eram movimentados por meio de empresas de fachada para evitar o rastreamento.

Planilhas apreendidas na investigação demonstraram o controle interno do grupo, incluindo a divisão de lucros, repasses, despesas e o detalhamento da distribuição entre os envolvidos. Foram encontrados também documentos como procurações que evidenciam a atuação estruturada e reiterada do grupo.

O levantamento inicial apontou 215 vítimas, com idade média de 69 anos, contudo, a estimativa do Ministério Público indica que o número excede mil pessoas.

A atuação da organização se estendia por Santa Catarina, Ceará, Alagoas e Rio Grande do Sul, com tentáculos também no Paraná e projetos de alcance nacional.

A Promotoria de Justiça adverte que vítimas do esquema devem procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência. Os casos serão encaminhados para apuração e responsabilização dos envolvidos.

A CNN tentou contato com a empresa BrasilMais Precatórios.

Fonte por: CNN Brasil

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.