Advogado declara que cliente não cometeu os crimes e pede desculpas ao Estado
23/04/2025 às 2h27

São Paulo — Um dos homens condenados por integrar um tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC), em janeiro de 2023, permaneceu na prisão por um período superior à estabelecido pela sentença. Condenado a um ano de reclusão, W.G.F. esteve preso preventivamente por quase dois anos, até a sentença ser extinta, em fevereiro deste ano. Assim, o Estado deve apresentar desculpas, segundo o advogado do réu, Carlos Percival.
O crime foi cometido em janeiro de 2023, na zona rural de Sandovalina, região de Pirapozinho, interior de São Paulo. W.G.F. permaneceu foragido até ser detido aproximadamente quatro meses após a ocorrência.
O advogado afirmou que buscará, por meio da Justiça, uma indenização e se o promotor ou o delegado de polícia que manteve o indivíduo preso irá se desculpar ou realizar alguma ação nesse sentido.
Percival, W.G.F., cumpriu pena e está atualmente em liberdade. Ele é empresário e atua na área de estética automotiva.
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Tribunal criminal.
O advogado da defesa argumenta que o Ministério Público de São Paulo cometeu erro ao mencionar um tribunal do crime, uma vez que nenhum dos réus foi acusado sob a Lei de Organizações Criminosas. “Eles não apreenderam a organização criminosa, essa história de tribunal do crime não tem como existir”, declarou.
Os réus integram, pessoalmente, a organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC).
O evento, contudo, não foi comprovado para a juíza Maria Fernanda Sandoval Eugenio Barreiros Tamaoki, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Pirapozinho, que absolveu os réus deste crime específico.
Condenações
Homicídio e pessoas relacionadas ao crime.
Percival informou ao Metrôpoles que a vítima, Alex Sandro de Moreira da Silva, estava em um bar com os acusados em 9 de janeiro, em Paranacity, no Paraná. O local presenciou um confronto armado.
Alex Sandro e três companheiros entraram em um automóvel, seguindo para Teodoro Sampaio, município do estado de São Paulo. Foi a última vez que ele foi avistado vivo.
Na noite de 9 para 10 de janeiro, a vítima utilizou o celular de W.G.F. para contatar o proprietário do estabelecimento onde ocorreu o confronto armado, questionando-o sobre o incidente. A comunicação indicou à polícia e ao MPSP que o acusado estava presente no local quando o indivíduo fatal foi encontrado.
“Esta é a única prova existente [do envolvimento de W.G.F.] e essa ligação estabelece uma distância de cerca de 50 quilômetros entre o local onde o corpo foi encontrado.” Percival afirmou.
Investigações apontam que Alexandro faleceu entre os dias 9 e 11 de janeiro de 2023, no Assentamento Bom Pastor, próximo ao Sítio do Loro, zona rural de Sandovalina. A causa da morte foi resultado de “golpes com instrumentos cortantes e perfurocortantes”.
O advogado afirmou que não ficou evidente o que motivou a acusação formal do tribunal, considerando que o jovem não participou dos confrontos armados.
Fonte: Metrópoles