Advogado-geral da União, Lewandowski, rejeita ação que alegava atuação de espiões russos em larga escala no Brasil
O ministro da Justiça afirmou que as autoridades estão cientes da situação e que a investigação envolvendo o caso de agente russo é de responsabilidade do Supremo Tribunal Federal.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou nesta quinta-feira (22) que não existem evidências de uma atuação em larga escala de espiões estrangeiros no Brasil, incluindo aqueles de origem russa ou de outras nacionalidades.
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O ministro declarou que as agências de segurança e inteligência do país monitoram a situação de forma atenta e constante. A afirmação foi feita em coletiva de imprensa após a cerimônia de abertura da 4ª Reunião da Interpol para chefes de polícia da América do Sul.
Não existe nada de concreto nesse sentido de que há uma ação em larga escala de espiões, sejam da Rússia, sejam de qualquer país. Nossas autoridades, tanto do setor militar quanto do setor policial, mesmo da Abin, estão atentos para isso, estão funcionando regularmente.
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O ministro admitiu um caso específico em investigação, porém destacou que ele se encontra sob a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), e argumentou que não é da competência da Polícia Federal (PF) tratá-lo.
Quando o Judiciário julgar, o governo brasileiro adotará a decisão correspondente à decisão do Supremo Tribunal Federal neste caso. Enquanto não houver, digamos assim, uma ação criminosa, não é o caso da Polícia Federal intervir na questão, complementou o ministro.
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O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, também participou do evento e reiterou que o caso envolvendo o espião russo é agora responsabilidade do Poder Judiciário, sendo esta instância a responsável por dar seguimento ao processo no âmbito do sistema de Justiça.
O Ministério Público Federal possui uma diretoria de inteligência responsável pelas investigações, incluindo a que tramita em sigilo no STF, razão pela qual não é possível prosseguir com este comentário, declarou Rodrigues.
As alegações surgem um dia após o jornal The New York Times publicar uma reportagem que indicou que, nos últimos anos, agentes russos utilizaram o Brasil como base para operações de inteligência, assumindo identidades falsas de cidadãos brasileiros.
A Polícia Federal investiga, desde 2022, suspeitas de que o Brasil estaria servindo como centro para a criação de agentes do Kremlin. A denominada “Operação Leste” foi iniciada há três anos e apura como espiões russos teriam eliminado seus rastros e adotado novas identidades brasileiras.
O foco principal não seria vigiar diretamente o Brasil, mas sim utilizar o passaporte brasileiro – um dos mais reconhecidos globalmente – para se deslocar livremente por vários países. A diversidade étnica da população também serviria como um fator de dissimulação para esses agentes.
Fonte: CNN Brasil