Advogados de Anderson Torres solicitam ao STF o enfrentamento de Freire Gomes e a realização de perícia sobre minuta golpista

Em caso de indeferimento da autorização para o confronto direto, os advogados solicitam a convocação de Freire Gomes para um novo depoimento individual, visando esclarecer os pontos que julgam contraditórios ou mal explicados.

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(Imagem de reprodução da internet).

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que haja um encontro entre ele e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado. Nesse tipo de processo judicial, pessoas que apresentaram versões divergentes são confrontadas para esclarecer os fatos. Caso o STF não autorize o contato direto, os advogados solicitarão a convocação de Freire Gomes para um novo depoimento individual, visando esclarecer os pontos que consideram contraditórios ou mal explicados. Freire Gomes afirmou que Torres participou de reuniões com teor golpista, o que o ex-ministro nega. Os advogados sustentam que há contradições relevantes entre os depoimentos de Torres e do general sobre as supostas reuniões envolvendo o então presidente Jair Bolsonaro, tema central da fase de interrogatórios realizada na última semana.

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Em 2024, Freire Gomes informou à Polícia Federal que Torres fornecia “suporte jurídico” a Bolsonaro em encontros que abordaram atos golpistas. Na ocasião, o general também declarou que a minuta golpista discutida com Bolsonaro e os comandantes militares era a mesma apreendida pela PF na residência de Torres. A defesa do ex-ministro contesta essa versão. Contudo, em depoimento ao STF no mês passado, atuando como testemunha de acusação, o general atenuou suas declarações anteriores e afirmou não ter certeza se a minuta apreendida na casa de Torres era a mesma discutida nas reuniões com os comandantes.

Em resposta às questionamentos da defesa sobre a frequência com que Torres participou desses encontros, Freire Gomes limitou-se a dizer: “Poucas”, sem fornecer maiores detalhes. Os advogados também criticaram o fato de o general ser mencionado como testemunha, e não como investigado. Essa diferença entre a versão inicial, que apontava Torres como responsável por dar suporte jurídico, e a posterior, em que o general minimizou seu depoimento, levou a defesa a solicitar a acareação. Outro pedido apresentado foi a realização de uma perícia técnica para comparar o conteúdo da minuta apreendida com outros documentos anexados ao processo. O objetivo é demonstrar que o material encontrado com Torres não apresenta semelhança com os demais textos de teor antidemocrático que fundamentam a acusação.

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A defesa também solicitou a realização de uma perícia audiovisual sobre a participação de Torres na live de julho de 2021, ao lado de Bolsonaro – episódio citado na denúncia da Procuradoria-Geral da República e questionado pelo ministro Alexandre de Moraes durante o interrogatório. No pedido, os advogados afirmam que a intenção é demonstrar que o então ministro apenas leu recomendações técnicas elaboradas por peritos da Polícia Federal, afastando a acusação de que teria propagado desinformação.

Para fortalecer a alegação de que Torres não teve envolvimento nas articulações golpistas, a defesa também solicitou que o STF oficiasse o Google para identificar o responsável por inserir na internet a minuta de decreto de Estado de Defesa encontrada na casa do ex-ministro. Os advogados argumentam que documentos de conteúdo semelhante circulam publicamente na internet desde dezembro de 2022, sem que as autoridades tenham identificado os autores. As solicitações foram feitas no contexto da fase de diligências complementares do processo, aberta na semana passada após o encerramento da etapa de interrogatórios dos réus. As solicitações agora serão analisadas pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

Com informações do Estadão Contigo

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Fonte por: Jovem Pan

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