Agente da PF declara: “Acabaram com minha carreira”, em operação investigativa do INSS

29/04/2025 às 15h14

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(Imagem da internet).

O agente da Polícia Federal Philipe Coutinho afirma que teve sua carreira prejudicada devido a uma questão não comprovada, envolvida na Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso foi divulgado pelo Metrópoles.

Philipe Coutinho foi investigado por ter sido visto em imagens no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, acompanhando o empresário Danilo Trento e o procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, em uma viatura da Polícia Federal até uma aeronave particular no dia 28 de novembro de 2024.

O caso foi relevante para a Polícia Federal devido ao recebimento de R$ 990 mil por parte de Trento, mediante o empresário Maurício Camisotti, suspeito de utilizar empresas de fachada para operar três entidades que movimentaram R$ 580 milhões em descontos de aposentadorias. Trento não é alvo direto da investigação, mas Virgílio Oliveira Filho é suspeito de receber propina por meio de intermediários das entidades e foi afastado do INSS.

Ao Metrópoles, Philipe Coutinho afirma que apenas forneceu uma “carona” dentro da área restrita [do aeroporto] para uma pessoa [Danilo Trento] “para não perder o voo”. “E acabaram com minha vida por causa disso”, disse. “Sou amigo do Danilo Trento há mais de uma década, fazemos parte de um mesmo clube do vinho”.

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Com o agente, a PF encontrou quadros, relógios e joias. Ele alega que os quadros são de seu pai, que era artista plástico. “Queriam ver os quadros da minha casa. Você sabe quem é que pintou os quadros da minha casa? Meu pai. Meu pai era professor catedrático de pintura na Bahia”, afirma.

Ele afirmou que recebeu brincos e um colar da filha durante sua permanência como adido na Polícia Federal em Londres. Destacou que os objetos tinham valor insignificante e que os relógios apreendidos eram réplicas.

Na solicitação de afastamento, a PF também suspeita de passagens aéreas compradas de última hora, com valor elevado. Coutinho afirma ao Metrópoles que pagou por todas elas.

O empresário Danilo Trento, que já foi diretor da Precisa Medicamentos, afirmou ter rompido o contato com Maurício Camisotti, que repassou R$ 18 milhões à empresa de medicamentos na época da pandemia.

“Eu nunca tive envolvimento com associações e ele me deve um negócio relacionado à telemedicina”, afirma Trento. O empresário disse que conhece o procurador afastado do INSS e tentou auxiliá-lo a não chegar atrasado em uma conexão que ele tinha naquele dia. O empresário alega ter pedido ao policial Philippe, de quem diz ser amigo há mais de uma década, o favor de ajudá-los a chegar mais rapidamente a outro voo.

Fonte: Metrópoles

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