Alterações no Bolsa Família podem influenciar resultados eleitorais, afirmam especialistas

O Governo Federal revisou a regra de transição do Bolsa Família na quinta-feira (9).

15/05/2025 15h46

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(Imagem de reprodução da internet).

 

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A nova atualização da “regra de proteção” do Bolsa Família, implementada nesta quinta-feira (15) pelo governo federal, não deve beneficiar o governo Lula nas eleições de 2026, conforme avaliam especialistas. A alteração impacta indivíduos que passam a ter renda superior ao limite de entrada no programa, mantendo o recebimento, desde que permaneçam em situação de vulnerabilidade.

A nova regra, com início em junho, incidirá sobre a folha de pagamento de julho de 2025. As famílias com aumento de renda receberão o auxílio em um período de transição de um ano. Atualmente, o prazo é de dois anos.

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Para o cientista político Eduardo Grin, a nova medida não deve trazer impactos positivos ao governo. “Não estou seguro que essas novas regras do Bolsa Família vão ter impacto eleitoral positivo para o governo porque já é direito incorporado, embora o Lula deva ter votos no Nordeste nesse segmento, porque é muito importante isso para o Nordeste, mas eu acho que essa mudança da regra pode até não gerar benefício para o governo porque ela reduz o alcance dessa medida protetiva de dois anos para um, e ainda assim com 50% do salário”, afirmou o especialista à CNN.

Grin acrescentou que a mudança pode ser aproveitada pela oposição, devido ao fato de o governo estar reduzindo direitos e benefícios que, certamente, eles criticarão como sendo maiores durante o governo Bolsonaro. Assim, acredita-se que essa pode ser uma consequência a ser observada. Em relação a ter um efeito positivo, considera-se que ele será mais evidente no Nordeste, região onde o PT e Lula tradicionalmente obtêm maior apoio.

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Leandro Consentino, cientista político e professor de Relações Internacionais do Insper, declarou à CNN que o Bolsa Família “é, de fato, um ativo importante” desse governo e, por isso, o considera “arriscado”, pois “pode causar um dano ao governo”.

Considera-se uma medida arriscada, pois se corta direitos que as pessoas entendem como adquiridos, podendo abrir espaço para a oposição explorar essa questão politicamente próximo das eleições. Trata-se de uma medida de risco, mas o governo busca sanear contas e expandir gastos, inclusive com o aumento do valor do Bolsa Família. Há uma transferência de recursos de um setor para outro.

“Considero que, visivelmente, será prejudicial para o governo em relação ao impacto na imagem de que está suprimindo algum direito, será recebido como algo negativo”, prosseguiu o especialista.

O que acontece?

Atualmente, o valor máximo para acesso ao programa Bolsa Família é de R$ 759. Essa quantia será reduzida para R$ 706. Uma família com renda per capita entre R$ 218 até R$ 706 por mês passará a ser beneficiada por 12 meses, em vez de 24, recebendo 50% do valor do programa.

As famílias já integradas à regra de transição não serão afetadas e continuarão recebendo o benefício por 24 meses.

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) alega que a lógica é evitar o cancelamento imediato do benefício, reconhecendo que o superamento da pobreza não ocorre de forma automática com a obtenção de um emprego. Trata-se de um processo gradual, que exige um período de adaptação e estabilização no novo cenário.

Fonte: CNN Brasil

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