Ambipar: de bilhões a centavos e a surpreendente recuperação judicial em cinco anos
Em apenas cinco anos na bolsa, a companhia passou de uma valorização de 700% em um ano a ‘penny stock’, cercada por incertezas.

A trajetória da Ambipar na bolsa e os desafios financeiros
A Ambipar (AMBP3) fez sua estreia na bolsa durante a pandemia, quando a baixa taxa de juros impulsionou a busca por investimentos em renda variável. Nesse período, várias empresas também se listaram na B3. A companhia arrecadou mais de R$ 1 bilhão em seu IPO e, em um curto espaço de tempo, realizou mais de 40 aquisições. Em 2023, a Ambipar listou sua subsidiária na Bolsa de Nova York, a Ambipar Response, focada em gerenciamento de crises ambientais. No entanto, dois anos depois, a empresa solicitou recuperação judicial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
A prosperidade da Ambipar despertou a atenção dos reguladores. No ano passado, as ações da AMBP3 apresentaram diversos picos de preço, aumentando significativamente em poucos dias. A ação acumulou uma alta de 730% e figurou entre as 40 mais valiosas da bolsa brasileira. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a oscilação atípica das ações, mas a empresa afirmou que não havia informações relevantes que justificassem as variações.
Desafios financeiros e recuperação judicial
O CEO Tércio Borlenghi Junior e a gestora Trustee, de Nelson Tanure, aumentaram sua participação no capital social da empresa no ano passado. Borlenghi já possuía mais de 70% das ações, enquanto o free float, percentual em circulação, era inferior a 20%. Essa situação quase resultou na retirada da empresa da bolsa, mas a CVM dispensou a Ambipar de realizar uma OPA.
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O início de 2025 trouxe incertezas para a companhia, que enfrentou uma disparada nos preços das ações, levando a B3 a leiloar AMBP3 várias vezes. Com a dívida da empresa crescendo, ultrapassando R$ 10 bilhões em um cenário de Selic a 15%, a Ambipar obteve, em 25 de setembro, uma tutela cautelar na Justiça para se proteger de credores. A medida foi motivada por “impactos financeiros negativos” relacionados a operações com derivativos de green bonds emitidos pelo grupo.
Questões de liquidez e transparência
A Ambipar alegou que não concordava com cobranças de chamadas de margem em contratos de derivativos com o Deutsche Bank, que ultrapassaram R$ 200 milhões antes do pedido de tutela cautelar. Apesar disso, a companhia tinha liquidez suficiente para lidar com essas retiradas e convencer os credores de que se tratava de uma situação pontual.
Ao final de junho, a liquidez da Ambipar era robusta, com quase R$ 5 bilhões em disponibilidades, sendo R$ 2,6 bilhões em caixa e aplicações de resgate imediato, além de R$ 2,1 bilhões em um fundo de direito creditório (FIDC) com resgates entre 30 e 60 dias. Contudo, a medida extrema levantou dúvidas sobre a real situação financeira da empresa.
Menos de um mês após a tutela cautelar, a Ambipar entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 10,7 bilhões. As ações da empresa desvalorizaram, sendo negociadas a menos de R$ 0,50. Atualmente, a companhia, que já esteve entre as 40 mais valiosas da bolsa, vale menos de R$ 1 bilhão.
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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