Análise: A pressão sobre a arrecadação do governo contribuiu para a revisão da taxa de IOF
Fabio Graner, do JOTA, considera que a pressão por arrecadação do governo influenciou a revogação da medida relacionada a fundos de investimento.

A redução do governo federal na questão do aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para fundos de investimento no exterior comprometeu a posição do Ministério da Fazenda, conforme avaliou Fabio Graner, chefe de análise do JOTA, em entrevista ao WW na sexta-feira (23).
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Segundo Graner, a necessidade tributária do governo foi um fator determinante para a decisão inicial de aumentar a taxa, que posteriormente foi revertida devido à forte reação negativa do mercado financeiro.
Ausência de transparência e discussão prévia.
O analista ressaltou a ausência de transparência e debate prévio sobre o assunto, inclusive no âmbito do próprio governo. “Este tema, por exemplo, relativo ao IOF sobre fundos de investimento, e a remessa de fundos de investimento não foram esclarecidos, não foram discutidos previamente”, declarou Graner.
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Ele destacou que, em ocasiões anteriores, quando essa medida foi considerada, houve uma análise mais atenta dos potenciais impactos negativos, o que não se repetiu.
Busca por equilíbrio fiscal
O aumento da taxa de IOF estava ligado à necessidade do governo de equilibrar as contas públicas. Graner apontou que o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas foi o mais realista desde o início da gestão, eliminando projeções de arrecadação consideradas improváveis.
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Eles consideraram uma variedade de fontes de receita que estavam gerando apenas um volume baixo, incluindo as operações realizadas no âmbito do CARF, as transações tributárias e os resultados das negociações, sem que isso resultasse em efetiva arrecadação.
Impacto político e econômico
O afastamento, devido à intensa reação adversa, gerou um desgaste político para o Ministério da Fazenda. Graner argumentou que a vitória alcançada ao persuadir o presidente a implementar um corte de gastos de R$ 31 bilhões foi prejudicada por tal episódio.
O analista concluiu que esse esforço foi frustrado, considerando a significativa vitória política que poderia auxiliar na melhoria do clima na economia, valorizar o real em relação ao dólar e contribuir para o combate à inflação, destacando o impacto negativo desse “mal passo” do ministério na condução da política econômica.
Fonte: CNN Brasil