Analise a progressiva deterioração do relacionamento entre Israel e Irã a partir da Revolução Islâmica de 1979
Após o fim do regime monárquico de orientação ocidental liderado pelo Xá Mohammad Reza Pahlavi, os dois países interromperam as relações diplomáticas, com a situação atingindo o ápice da tensão devido a ataques recíprocos.

Israel e Irã intensificaram significativamente o confronto nesta quinta-feira (12), trocando ataques diretos que elevam a rivalidade entre os dois países a um patamar sem precedentes. Os acontecimentos marcam uma perigosa escalada na já volátil situação do Oriente Médio, com crescentes preocupações sobre uma guerra aberta. Inimigos declarados, os dois países já tiveram um período de convivência pacífica, mas a relação foi interrompida a partir do triunfo da Revolução Islâmica no Irã, que transformou o país persa de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, governada pelo Xá Mohammad Reza Pahlavi, em uma república teocrática sob a liderança do aiatolá Ruhollah Khomeini.
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A crise iniciou em abril de 2024, com o bombardeio da embaixada iraniana na Síria, resultando na morte de oficiais da Guarda Revolucionária. O Irã ameaçou responder, lançando drones contra Israel em 13 de abril. Em outubro de 2024, após o ataque que ceifou vidas de líderes do Hamas e Hezbollah, o Irã disparou aproximadamente 200 mísseis contra Israel, que em contrapartida, executou ataques que ceifaram vidas de soldados iranianos.
Em junho de 2025, a crise foi desencadeada pelo anúncio do Irã de que aumentaria “significativamente” sua produção de urânio enriquecido, após condenação da AIEA por violações nucleares. Prevendo a retaliação, os EUA evacuan embaixadas na região. Na quinta-feira (12), a Força Aérea Israelense atacou o Irã, ceando o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e dois cientistas nucleares. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel iniciou uma guerra. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém, com o objetivo de atingir civis, segundo Israel.
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Na sexta-feira (13), Israel lançou uma nova série de ataques aéreos, e Teerã respondeu com lançamento de drones. O chanceler iraniano considerou a ação israelense como uma “declaração de guerra”. Os primeiros alvos de Israel incluíram a estrutura de comando militar em Teerã e instalações nucleares em Natanz, causando a morte de 78 civis e 329 feridos na capital iraniana.
A resposta iraniana com drones não causou danos substanciais em Israel, com muitos sendo interceptados pelo Jordão. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou para “ondas muito fortes” de ataques. Israel continuou a bombardear várias cidades iranianas, visando indústrias e centros de lançamento de mísseis. A instalação de Natanz sofreu “danos consideráveis”, gerando preocupações da AIEA. O Exército iraniano prometeu resposta “sem limites”. Khamenei nomeou novos comandantes militares, enquanto especialistas estimam que o Irã pode ter material para seis ogivas nucleares.
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A falta de atuação do Hezbollah em retaliação, mesmo ao condenar os ataques, foi observada. Contudo, os Houthis do Iêmen lançaram um míssil que feriu três crianças em Hebron, área palestina. O presidente americano, em tom de alerta ao Irã, declarou que os “linha-dura” estavam “todos mortos” agora, prevendo ataques “ainda piores” com o apoio militar dos EUA, que mantêm ativos significativos na região.
A “Guerra nas Sombras”
A rivalidade entre Israel e Irã, antes uma “guerra nas sombras”, tornou-se aberta. O conflito iniciou-se em 1979, com a Revolução Islâmica, quando o Irã rompeu relações e passou a rejeitar Israel. Anteriormente, as relações entre os dois países eram amigáveis, com o Irã monárquico reconhecendo Israel. No entanto, a ascensão do aiatolá Khomeini e o estabelecimento da República Islâmica transformaram o Estado judeu em um inimigo declarado.
A partir de então, o Irã passou a apoiar e financiar grupos como o Hezbollah e o Hamas, consolidando um “eixo da resistência” anti-Israel em sua busca por hegemonia regional, enquanto Tel Aviv via em Teerã uma ameaça existencial e um regime que pregava sua aniquilação. Ao longo dos anos, essa rivalidade se manifestou na complexa “guerra nas sombras”, com ataques indiretos e ações secretas. Israel é acusado de sabotar o programa nuclear iraniano e assassinar cientistas, enquanto o Irã é responsabilizado por atentados e pelo apoio a milícias que atacam interesses israelenses.
Disputas em territórios como a Síria, onde ambos os países apoiam lados opostos, e confrontos marítimos também marcaram essa disputa. A escalada recente, motivada pelas ambições nucleares do Irã e pelos ataques israelenses a comandantes iranianos, alterou essa dinâmica. A troca de mísseis e drones entre os dois países, antes impensável em sua frontalidade, indica um cenário de maior imprevisibilidade e risco, com a possibilidade de um conflito de proporções ainda maiores na já instável região.
Publicado por Felipe Dantas
Reportagem elaborada com a ajuda de inteligência artificial.
Fonte por: Jovem Pan