Antigas Seleções criticam a falta de união no futebol brasileiro: “É frustrante”
Gilberto Silva, campeão do mundo em 2002, mencionou a Premier League como um modelo a ser adotado.

O ex-volante da Seleção Brasileira, Gilberto Silva, campeão do mundo em 2002 e com passagem pelo Arsenal, proferiu críticas contundentes sobre o futebol brasileiro durante sua participação no CNN Esportes S/A deste domingo (11).
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A ausência de integração entre os clubes brasileiros representa um dos principais entraves para o crescimento da liga nacional e um dos fatores que distanciam o país de modelos bem-sucedidos, como o da Premier League.
“Se analisarmos o cenário do nosso futebol, percebemos que necessitamos de melhorias. Reconhecemos nossas dificuldades e demandas, porém, ao agir, cada um foca em seus próprios interesses e não conseguimos identificar soluções eficazes para todos”, declarou Gilberto.
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O ex-jogador atribuiu a criação de duas ligas nacionais – Libra e Liga Forte União – como consequência da desorganização e da ausência de consenso entre os gestores.
Temos um lado, outro grupo e agora estão discutindo para se unirem. Por que não fizeram isso desde o início? Ninguém deve se colocar acima de ninguém neste momento de discussão. Acredito que você é adversário dentro do campo, mas, lá fora, você trabalha em um contexto em prol do bem comum.
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Gilberto argumenta que o futebol brasileiro deve analisar exemplos internacionais bem-sucedidos e adaptar modelos que se mostraram eficazes. Ele mencionou a Premier League como referência.
Para mim, observar essa situação é até um pouco frustrante. Analisemos outros modelos que obtiveram sucesso. Se ainda não possuímos essa experiência, devemos estudar o que a Espanha e a Premier League fizeram. Eles começaram de forma modesta, não é a Premier League que é hoje.
A Premier League funciona como uma exposição, revelando negócios e gerando novas chances. A distância pode ser reduzida se compreendermos o funcionamento do jogo. “Precisamos apenas entender o jogo e jogar em conjunto”, completou o ex-atleta.
Ele ainda reforça o potencial do Brasil como mercado consumidor.
Somos um país apaixonado pelo futebol. A diferença de população entre nós e a Inglaterra é gigantesca. Temos um país com mais de 200 milhões de pessoas e por que estamos perdendo espaço para eles? Porque eles embalaram bem o produto: a qualidade das transmissões, a qualidade dos estádios, das arenas.
Estádios e patrimônios dos clubes
O ex-volante também mencionou a falta de aproveitamento do legado da Copa do Mundo de 2014, defendendo que os clubes teriam de assumir a gestão dos novos estádios e transformá-los em patrimônio.
Acredito que estamos vivenciando esse processo de transformação, com os clubes se tornando SAFs e possuindo seus próprios estádios. Penso que perdemos um pouco do time no período da Copa do Mundo. Poderíamos ter aproveitado melhor a Copa para que os clubes utilizassem esses estádios.
Acredito que, a partir das minhas conversas com diversas pessoas ao redor do mundo e do Brasil, alguns outros clubes também estão se preparando para construir seus próprios estádios, pois perceberam que o benefício é muito grande, a longo prazo. Falando de instituições que têm mais de 100 anos de existência, considero essa uma tendência e nós temos condições de muito melhorar nosso produto, concluiu o ex-volante.
CNN Esportes S/A
Com Gilberto Silva, o CNN Esportes S/A chega à 94ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.
Em destaque, os temas mais relevantes do universo do futebol, sob a ótica da economia e dos negócios.
Fonte: CNN Brasil