Anvisa aprova uso de Mounjaro para tratar apneia obstrutiva do sono

A doença surge pelo estreitamento da faringe devido à alteração na posição da língua e sua estrutura quando a pessoa está deitada.

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(Imagem de reprodução da internet).

Anvisa aprova Mounjaro para apneia obstrutiva do sono

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta semana, o uso de Mounjaro (tirzepatida) no tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) moderada e grave em pessoas com obesidade. O medicamento, que já havia sido aprovado para diabetes tipo 2 e obesidade, é a primeira opção farmacológica aprovada pela agência para AOS, uma condição que afeta cerca de 50 milhões de brasileiros, segundo uma estimativa de 2019 publicada na revista The Lancet Respiratory Medicine.

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A apneia se caracteriza pela interrupção do fluxo respiratório durante o sono. No caso da apneia obstrutiva, isso ocorre devido ao estreitamento da faringe, causado pela mudança de posição da língua e sua estrutura ao deitar. Os alarmes do organismo podem resultar em aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, elevando o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), entre outros problemas. Homens acima dos 40 anos são os mais afetados pela AOS, e a obesidade e o sobrepeso são fatores de risco significativos.

Tratamento e resultados do estudo

Tradicionalmente, o tratamento da AOS tem se concentrado em suporte mecânico durante o sono, como terapia com pressão positiva nas vias aéreas (CPAP), fonoterapia e intervenções cirúrgicas. A aprovação do Mounjaro para essa condição foi fundamentada nos resultados do estudo clínico de fase 3 SURMOUNT-OSA, que analisou o uso da tirzepatida em pacientes com e sem aparelhos de CPAP.

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Os resultados mostraram que o Mounjaro reduziu significativamente as interrupções respiratórias durante o sono. Inicialmente, os participantes apresentavam cerca de 50 interrupções por hora. Após um ano de tratamento, aqueles que usaram Mounjaro e CPAP tiveram uma redução média de 29,3 eventos, em comparação a 5,5 com placebo. Já o grupo que utilizou apenas Mounjaro teve uma média de 25,3 interrupções a menos, contra 5,3 no grupo placebo.

Impacto na saúde dos pacientes

Após um ano de tratamento, 42% dos pacientes que usaram Mounjaro e 50% dos que combinaram Mounjaro com CPAP apresentaram remissão ou casos leves da doença, em comparação a 16% e 14% nos grupos placebo. Além de melhorar os sintomas da apneia, o tratamento também resultou em perda de peso. Os participantes que utilizaram Mounjaro perderam, em média, 20,4 kg (18% do peso corporal), enquanto aqueles que associaram ao CPAP perderam 22,7 kg (20%).

A pesquisa foi conduzida de forma multicêntrica e duplo-cega, envolvendo 469 participantes de diversos países, incluindo EUA, Austrália, Brasil, China, Alemanha e México.

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