Apesar de ser proibido, o uso de cigarro eletrônico persiste de forma significativa no Brasil

Falta de regulamentação do cigarro eletrônico impulsiona o aumento do consumo, o mercado ilegal se expande e o consumidor permanece vulnerável.

05/05/2025 22h37

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Apesar de proibidos no Brasil, os cigarros eletrônicos são amplamente consumidos, principalmente por adolescentes e jovens adultos. A comercialização, importação e propaganda desses dispositivos são vetadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que reiterou a proibição em abril de 2024. Contudo, os produtos ainda são encontrados com facilidade em estabelecimentos físicos, plataformas online e redes sociais, impulsionando um mercado paralelo em expansão.

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O uso de cigarros eletrônicos no Brasil segue uma tendência global. Mais de 100 países autorizam a venda desses produtos, contudo, com regulamentações específicas sobre composição, comercialização e restrição de idade.

Em alguns casos, a regulamentação tem apresentado resultados positivos, como a diminuição de prejuízos à saúde pública. Na Nova Zelândia, por exemplo, a implementação de normas para limitar a nicotina e restringir o acesso aos jovens ocasionou uma queda expressiva no número de fumantes.

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Entre 2018 e 2023, a prevalência de fumantes adultos diminuiu de 12,2% para 6,8%, segundo dados oficiais. A regulamentação nesses estabelecimentos contempla avisos nas embalagens, controle de qualidade e ações de conscientização.

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No Brasil, em contrapartida, com a proibição total dos produtos, o mercado paralelo tem crescido exponencialmente. Uma pesquisa do Ipec indicou que, de 2018 a 2023, o consumo de cigarros eletrônicos subiu 600%.

Valores elevados

Atualmente, aproximadamente 2,9 milhões de brasileiros utilizam esses dispositivos, e mais de 6 milhões já os experimentaram. A ausência de regulamentação expõe os consumidores a produtos de origem desconhecida e sem controle de qualidade, elevando os riscos à saúde. Muitos desses dispositivos contêm altas concentrações de nicotina, que podem causar dependência rapidamente, sobretudo entre os mais jovens. O uso por adolescentes tem se mostrado preocupante.

Segundo dados do IBGE, obtidos pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, aproximadamente 16% dos jovens com idades entre 13 e 17 anos e 21,4% dos jovens entre 18 e 24 anos já utilizaram cigarros eletrônicos. O consumo entre estudantes do 9º ano tem apresentado um crescimento preocupante.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou, em 29 de abril de 2024, redes sociais e plataformas de e-commerce, como TikTok, YouTube, Instagram, Enjoei e Mercado Livre, solicitando a remoção de conteúdos que promoviam a venda e o marketing desses produtos. As plataformas tiveram um prazo de 48 horas para atender à solicitação.

A popularidade dos cigarros eletrônicos entre os jovens é impulsionada pelo seu visual moderno, variedade de sabores e pela extensa divulgação nas redes sociais. Estima-se que perfis de vendedores e influenciadores percam cerca de 1,5 milhão de seguidores, o que ainda mais amplia o alcance da propaganda desses dispositivos.

Além do risco de dependência, o uso de cigarros eletrônicos pode causar sérios danos à saúde. Pesquisas apontam que crianças e adolescentes que utilizam esses dispositivos estão mais vulneráveis a doenças cardiovasculares, câncer e problemas pulmonares graves, incluindo a EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de vaporizadores).

Os dispositivos eletrônicos liberam substâncias nocivas, como metais pesados, e seus impactos a longo prazo ainda estão sendo investigados, porém apontam para riscos consideráveis à saúde.

Fonte: Metrópoles

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