Apreensão de nitazeno, substância com potência superior à do fentanil e da heroína, em São Paulo

Trata-se da primeira vez que uma operação é direcionada a essa substância química identificada recentemente no país.

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(Imagem de reprodução da internet).

Quatro indivíduos foram presos pela Polícia Federal em São Paulo na terça-feira, 13, sob suspeita de fazerem parte de uma organização criminosa ligada à produção e distribuição de entorpecentes à base de nitazeno, substância com alta potência, comparável a fentanil e heroína, e com grande potencial para causar overdose.

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É a primeira vez que uma operação visa essa substância química identificada recentemente no país.

A operação foi iniciada com base na investigação realizada após a apreensão inicial dessa substância no Brasil, em dezembro do ano anterior. Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão, todos em endereços localizados na cidade de São Paulo.

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Os investigados, cujos nomes não foram divulgados, serão acusados individualmente e poderão responder pelos crimes de tráfico transnacional de drogas e organização criminosa. A reportagem não obteve contato com a defesa deles.

Laboratório na Grande SP

A apreensão que originou a operação em curso ocorreu em 12 de dezembro, quando a Polícia Federal identificou um laboratório clandestino de drogas em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. O local era utilizado para a produção de drogas sintéticas, também conhecidas como drogas K.

A análise do material apreendido revelou a presença de nitazeno, substância química psicotrópica de alto potencial, importada ilegalmente. Trata-se da primeira apreensão da substância no país, conforme informou a Polícia Federal.

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Designação como substância entorpecente pela Anvisa

Em janeiro deste ano, a Polícia Federal utilizou o formulário de notificação de novas substâncias psicoativas para solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a inclusão do nitazeno (N-desetil etonitazeno) na lista de substâncias entorpecentes proibidas.

A solicitação foi atendida. A determinação tem impacto no âmbito penal, visto que a matéria passa a ser classificada como droga entorpecente, de uso vedado.

Em março, o diretor da Anvisa e relator do pedido, Daniel Meirelles Fernandes Pereira, declarou que as substâncias conhecidas como “nitazenos” apresentam potencial analgésico, contudo, podem induzir depressão respiratória com alto risco de abuso e toxicidade, sendo inapropriadas para uso terapêutico.

Ele complementa seu voto afirmando que os nitazenos podem induzir efeitos anás aos de opioides, incluindo os produzidos pela morfina e pelo fentanil, embora certas substâncias da classe apresentem maior potência.

Isso implica que quantidades menores são necessárias para alcançar os efeitos desejados pelos usuários, o que eleva o risco de overdose acidental.

Fonte: CNN Brasil

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