Artigo de opinião no Financial Times descreve Trump como “imperador do Brasil”
Jornalista afirmou que a “simpatia” do presidente dos Estados Unidos com Jair Bolsonaro faz parte de um “padrão alarmante”.

Um artigo de opinião publicado no jornal Financial Times nesta terça-feira (22) descreveu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como o “imperador do Brasil“.
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O colunista Edward Luce recordou que Trump decretou a aplicação de tarifa de 50% contra o Brasil, mencionando a investigação envolvendo Jair Bolsonaro e a suposta tentativa de golpe, bem como a revogação do visto do ministro Alexandre de Moraes pelos Estados Unidos.
Luce enfatizou que Marco Rubio, secretário de Estado americano, “forjou sua imagem” através da promoção dos valores democráticos dos Estados Unidos e do Estado de Direito, afirmando: “Atualmente, ele pune um sistema jurídico de uma democracia parceira por aplicar a lei”.
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A comparação entre Trump e Bolsonaro é incomum, tendo em vista que Bolsonaro está sendo responsabilizado.
O mundo observa o que os Estados Unidos praticam, e não o que afirmam. Entretanto, existe um exemplo liberal democrático no hemisfério, originário de Brasília e Ottawa. Washington, por ora, é considerada irrelevante.
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O jornalista afirma que Trump se orgulha da imprevisibilidade, contudo, considera que as ações do presidente dos EUA não fazem sentido, considerando que o país possui superávit comercial com o Brasil.
O país de Lula deveria, portanto, ter sido isento das tarifas do “dia da libertação” de Trump, ponderou.
Se Trump tivesse em mente um motivo não econômico, como ajudar um colega autoritário, sua lógica ainda se anula. Entre as principais vítimas de uma tarifa americana de 50% sobre o Brasil estariam os pecuaristas e os exportadores de café do país. Ambos os setores são redutos de Bolsonaro, adicionou.
Em seguida, Luce avalia que, com o tarifário, Trump impulsiona a posição de Lula, não a de Bolsonaro.
Ele ainda mencionou a declaração de Lula à CNN sobre o republicano não ter sido eleito para ser “imperador do mundo”.
Fonte por: CNN Brasil