As duas palavras que empresas estão utilizando e que indicam preocupação com uma possível crise

Empresas americanas de grande porte, como montadoras e companhias aéreas, suspenderam divulgações financeiras devido a dúvidas geradas por potenciais tarifas impostas por Donald Trump.

04/05/2025 18h12

3 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Comunicar aos investidores sobre o futuro é uma prática comum nos negócios. Contudo, diante do cenário tarifário caótico na economia, muitas grandes empresas estão interrompendo suas orientações.

O mercado corporativo americano se encontra em um momento de incerteza, aguardando definição sobre a efetividade das tarifas recíprocas impostas por Trump, suspensas por 90 dias a partir de abril.

Essa incerteza leva muitas empresas a suspenderem orientações, o que implica um atraso temporário ou pausa na divulgação de suas projeções de resultados.

A situação global não apresentava bons indicadores durante os lockdowns da Covid-19, levando muitas empresas a interromperem suas divulgações devido à preocupação em compartilhar dados imprecisos em meio à crise.

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A interrupção das orientações representa dificuldades para analistas, que dependem significativamente das previsões divulgadas pelas empresas. E a orientação constitui um bom indicador de como as empresas projetam que a economia se desenvolverá.

Isso também se aplica à guerra comercial de retaliação de Trump, que causa insegurança nas empresas quanto à necessidade de reformular seus modelos de negócios devido às constantes mudanças em suas manchetes.

Outras empresas diminuíram ou revisaram suas orientações, representando o primeiro sinal dos impactos da guerra comercial de Trump nas perspectivas econômicas.

A Stellantis, controladora de marcas como Jeep e Dodge, interrompeu suas projeções de crescimento lucrativo para o ano, informando na quarta-feira (30) que é extremamente difícil prever os efeitos das políticas tarifárias em constante mudança.

O anúncio veio após comentários da General Motors, que informou na terça-feira (29) que não está mais mantendo sua orientação de lucros mais altos em 2025 devido à não consideração de possíveis impactos tarifários.

Até mesmo a Mercedes-Benz suspendeu suas orientações.

Na área de tecnologia, as ações da plataforma de mídia social Snap recuaram até 14% na terça-feira após anunciar que estaria retendo investimentos no segundo trimestre. A empresa atribuiu a queda à incerteza no cenário macroeconômico, que poderia afetar a procura por publicidade.

As viagens de vingança após a pandemia chegaram ao fim.

American Airlines, Delta, Southwest e Alaska Air removeram suas projeções financeiras para o ano devido à crescente incerteza.

O diretor executivo da Delta Air Lines, Ed Bastian, avisou que a economia americana pode entrar em recessão, ao mesmo tempo em que a companhia aérea anunciou que “o crescimento praticamente estagnou”.

Ele afirmou que são principalmente nossos clientes mais sensíveis a preços, para quem viajar é mais discricionário.

Na semana passada, o vice-presidente da American Airlines, Steve Johnson, afirmou aos analistas que os cidadãos de baixa renda estão voando menos.

Apesar de que não todas as empresas estão suspendendo suas orientações completamente, a incerteza está levando algumas a alertarem que poderiam fazê-lo em breve. A UPS, por exemplo, afirmou que não abandonaria suas orientações no momento, mas alertou que poderia fazê-lo em breve.

“Há tanta incerteza na segunda metade do ano, porque todas essas tarifas acabarão impactando o consumidor americano”, disse a CEO da UPS, Carol Tome. “O sentimento atual do consumidor está abaixo de onde estava no início do ano. (Mas) o consumidor ainda está bastante saudável.”

É um “grande problema”, disse Paul Beland, Chefe Global de Pesquisa da CFRA, da CNN.

Ele afirmou que isso aumenta significativamente a incerteza e que tal situação está sendo amplamente observada, mencionando indicadores como o sentimento do consumidor.

Apesar das avaliações ainda serem altas para empresas do S&P 500, as expectativas para o crescimento de seus lucros diminuíram nos últimos seis meses, afirmou ele.

As orientações surgidas durante o auge da pandemia de Covid-19 apresentam paralelos com a situação atual, onde a pandemia e as tarifas estão gerando um choque na cadeia de suprimentos, com dificuldades de previsão.

Beland afirma que, diferentemente da situação durante a pandemia, não existe atualmente uma rede de segurança do Federal Reserve para intervir desta vez.

Beland afirmou: “Temos um governo que está tentando fazer o seu melhor para reduzir o déficit e temos um Federal Reserve que ainda está combatendo a inflação”.

Professor aponta problema estrutural na economia global.

Fonte: CNN Brasil

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