“As fronteiras não podem ser alteradas à força”, declara o presidente da Comissão Europeia
À vista de se reunir com Trump e Zelensky, Ursula von der Leyen afirmou que a União Europeia manterá seu apoio à Ucrânia “enquanto for necessário” e def…

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que a União Europeia manterá seu apoio à Ucrânia “enquanto for necessário”, enfatizando que o país tem direito à sua integridade territorial e que “as fronteiras não podem ser alteradas pela força”. A declaração, destacada pelo jornal The Guardian, foi feita em coletiva de imprensa ao lado do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, em um momento de fortes divergências com a posição do presidente americano, Donald Trump, que defende que Kiev ceda territórios à Rússia em troca da paz. A fala do americano ocorreu horas após encontro dele com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca, na última sexta-feira (15).
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Zelensky e Trump devem se reunir em Washington nesta segunda-feira (18) com a presença de líderes europeus como von der Leyen, Emmanuel Macron, presidente da França e Friedrich Merz, chanceler da Alemanha. “São decisões que devem ser tomadas pela Ucrânia e somente pela Ucrânia. Não podem ser decididas sem o país na mesa”, afirmou. Ela também elogiou a disposição de Trump em oferecer garantias de segurança semelhantes às da OTAN, mas reforçou que a UE continuará pressionando Moscou, inclusive com o 19º pacote de sanções já em preparação.
A líder europeia destacou que Kiev deve prosseguir fortalecendo suas forças armadas — “um porco-espinho de aço indigesto para invasores potenciais”, em suas palavras — e assegurou que a União Europeia continuará ampliando a capacidade de defesa da Ucrânia, especialmente no campo dos drones. Além disso, reiterou que o processo de adesão do país à União Europeia permanece em curso, o que representaria uma garantia de segurança estratégica. Zelenski, por sua vez, rejeitou qualquer possibilidade de ceder territórios, lembrando que “a constituição da Ucrânia torna impossível negociar terras”. “A questão territorial só pode ser discutida entre Ucrânia e Rússia, com os Estados Unidos como mediadores”, afirmou. O presidente enfatizou ainda a necessidade de um cessar-fogo antes de qualquer “acordo final”.
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É fundamental que a Europa permaneça tão unida quanto em fevereiro de 2022, para evitar mais mortes, afirmou Zelenski, que acrescentou que Putin mantém “muitas exigências, mas não as conhecemos todas”. Segundo ele, a “direção estratégica” da Rússia é “antieuropeia” e, por isso, deve ser limitada. Também ressaltou que não pode haver divisão entre Moldávia e Ucrânia. O posicionamento contrasta com a fala de Trump, que, após encontro com Vladimir Putin no Alasca, disse que a Ucrânia deveria “fazer um acordo” e entregar territórios como Donetsk e Luhansk, afirmando que “a Rússia é uma potência, eles não”. A proposta foi rejeitada por Kiev e recebeu críticas de líderes europeus, que veem riscos em negociar enquanto o conflito segue ativo.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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Fonte por: Jovem Pan