As lideranças da Marcha das Mulheres Indígenas defendem que elas próprias devem se manifestar sobre as políticas públicas
Lideranças mobilizam defesa de áreas protegidas e rejeitam a proposta que visa à extinção de unidades de conservação.

A quarta Marcha das Mulheres Indígenas reuniu mais de 5 mil pessoas em Brasília na manhã desta quinta-feira (7), com foco na defesa do território e proteção contra violências. Foram aprovadas mais de 40 propostas no encerramento do evento.
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“Nós precisamos discutir como nos sentimos, de como queremos que as políticas públicas sejam implementadas, especificamente para nós, mulheres indígenas”, declarou Marinette Tukano, coordenadora-geral da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab).
A liderança ressaltou que retrocessos como o marco temporal e o PL da Destruição representam uma ameaça direta à vida dos povos originários. “Isto não só atrapalha, isso nos mata diretamente. […]. Onde a terra é demarcada, ela é protegida, cuidada. A gente protege não somente para a gente, a gente protege para que toda a sociedade esteja bem, bebendo água boa, limpa, respirando o ar puro”.
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Marinette afirma que o PL da Devastação precisa ser vetado integralmente, e não apenas parcialmente. Ela adverte que a contaminação por mercúrio já aflige comunidades e coloca em risco o meio ambiente. “Está contaminando não somente a água, mas também o peixe que está ali”, lamenta.
A marcha também denunciou o aumento das violações contra mulheres indígenas, incluindo casos de violência sexual. “Somos vozes silenciadas […], e a política pública não nos atende da maneira que deveria. Queremos viver, queremos nossos corpos respeitados, queremos terras demarcadas”.
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Em relação à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em Belém (PA), Tukano critica a exclusão de lideranças indígenas nas negociações. “Imagine nós, povos indígenas, do lado fora para discutir sobre nossos direitos. Sabemos que não vamos estar dentro, mas do lado de fora vamos fazer barulho, vamos marchar, vamos gritar pelos nossos direitos”.
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Fonte por: Brasil de Fato