Assaltantes da Yakuza são detidos no Japão por atividades próximas a uma biblioteca

Tóquio possui regulamentos rigorosos sobre a atuação de grupos criminosos, em um esforço para combater a criminalidade organizada.

20/05/2025 11h03

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(Imagem de reprodução da internet).

Considere a célebre gangue Yakuza do Japão e visualize homens cobertos de tatuagens protagonizando confrontos violentos, semelhantes aos de filmes de ação e videogames.

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Na semana passada, quatro homens foram presos em Tóquio por um crime mais comum: manter um escritório da organização criminosa próximo a uma biblioteca.

Os suspeitos, com idades entre 55 e 77 anos, “conspiraram” para operar um escritório do crime de junho de 2024 a fevereiro de 2025. Contudo, o entrave era “estar em uma área em um raio de 200 metros ao redor de uma biblioteca”, declarou a polícia em um comunicado.

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O idoso, com 77 anos, pertencia a uma organização ligada ao sindicato criminoso Sumiyoshi-kai, um dos maiores grupos da Yakuza no Japão.

Como opera o controle da organização criminosa

Muitos escritórios de gangues não são organizações clandestinas, sendo registrados na polícia japonesa e possuindo presença consolidada em todo o país.

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Apesar de surpreendente, a capital japonesa possui regulamentações rigorosas sobre a operação de escritórios da Yakuza. Essa medida integra uma campanha de segurança com o objetivo de combater o crime organizado.

Os yakuza – também conhecidos como boryokudan – exercem atividades que vão desde extorsão e lavagem de dinheiro até o tráfico de drogas e a exploração sexual.

A Agência Nacional de Polícia (NPA) inclui na sua página eletrônica os endereços de determinados estabelecimentos comerciais, como, por exemplo, a sede do Sumiyoshi-kai está localizada no bairro nobre de Akasaka, em Tóquio, não muito distante do edifício do parlamento.

Na década de 1960, durante seu ápice, a Yakuza atuava em âmbito internacional, com uma força de mais de 184 mil membros, conforme apontava a NPA.

O número tem diminuído constantemente nas últimas décadas, em razão da repressão policial para coibir as atividades.

Apesar de ainda possuírem legitimidade legal, as normas tornaram a sobrevivência dos criminosos mais difícil, devido à ilegalidade de recrutar membros da yakuza, suborná-los ou dividir ganhos com eles.

A obtenção de contratos de telefonia móvel e a locação de imóveis também se tornaram mais complexas.

A quantidade de integrantes da Yakuza está em declínio.

Em 2024, o número de integrantes de organizações criminosas diminuiu pela primeira vez, restando inferior a 20 mil, com um mínimo histórico de 18.800, conforme informações da polícia.

Em Tóquio, as sedes da Yakuza não podem funcionar a menos de 200 metros de escolas, centros de assistência social à infância, centros comunitários, museus, escritórios de liberdade condicional e tribunais de família – bem como bibliotecas.

As empresas não podem contratar integrantes de organizações como vigilantes, oferecer-lhes remuneração por serviços ou celebrar quaisquer contratos que “estimulem” as atividades com grupos criminosos.

O resultado é a redução dessa organização, que atualmente são amplamente noticiadas por se dissolverem, buscarem novas vidas dentro da lei ou prometem se comportar.

Em abril, a maior organização criminosa Yakuza do Japão, a Yamaguchi-gumi, anunciou que terminaria a guerra prolongada com uma facção rival após o aumento da vigilância policial e a restrição de suas atividades.

Três integrantes de alto escalão da gangue efetivamente entregaram uma carta à polícia, assegurando que “cessariam todas as disputas internas” e “não causariam conflitos”, conforme relatado pela CNN.

Fonte: CNN Brasil

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