Assessora da Fazenda afirma que o Brasil almeja diálogo e diversificação para combater o aumento tarifário imposto por Trump

Governo implementa ações para diminuir efeitos das tarifas americanas sobre mercadorias brasileiras e proteger segmentos mais frágeis.

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(Imagem de reprodução da internet).

Em resposta ao impacto das novas tarifas cobradas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a economista Lúgia Toneto, assessora da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, declara que o governo está atuando em duas frentes cruciais: a negociação diplomática e a elaboração de um plano de contingência para salvaguardar empresas e empregos no Brasil.

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Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ela afirma que a medida anunciada pelo governo do presidente Donald Trump é considerada “injusta e até mesmo difícil de compreender a racionalidade econômica”. “Consideramos hoje, em primeiro lugar, que estamos num ponto de partida muito melhor do que demonstrava ser alguns dias atrás”, indica Toneto, destacando que setores importantes foram retirados da lista inicial. No entanto, cerca de 36% das exportações brasileiras aos EUA ainda estão sob risco.

A assessora explica que o governo aposta no diálogo como principal via de resolução e que “o presidente Lula vem buscando dialogar e buscar saídas que sejam mediadas, negociadas”. Ela lembra ainda que, desde maio, o Brasil tenta reverter as medidas. “O ministro [da Fazenda] Fernando Haddad foi à Califórnia [nos EUA] buscar começar a negociação quando as tarifas ainda eram de 10%”, ressalta.

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Toneto também adverte para o impacto das tarifas na economia americana. “Pode acabar encarecendo o café dos americanos, pode acabar encarecendo o hambúrguer dos americanos”. Para ela, o movimento tem menos relação com economia e mais com “interesse político dos Estados Unidos, do governo Trump, em tentar impor essas tarifas ao Brasil”. “Não é o espaço a ser feito esse tipo de questionamento, atacando a economia de determinado país”, rechaça.

A assessora defende uma grande união nacional em defesa dos interesses do Brasil e critica também tentativas internas de prejudicar a economia nacional por motivações políticas. “Existe uma família no Brasil que busca construir um favorecimento de si próprio para prejudicar a economia brasileira”, lamenta, referindo-se à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria articulado com Trump as novas taxas para tentar interferir no julgamento da trama golpista.

Plano de contingência

Internamente, o plano de contingência está sendo coordenado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin (PSD) e contempla ações específicas por setor, considerando o impacto diferenciado sobre grandes empresas, pequenas exportadoras e tipos de produtos, como frutas e suco de laranja, que demandam medidas mais urgentes. “Temos buscado analisar toda essa diversidade e identificar quais são as medidas mais eficazes para cada setor”.

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Além da crise imediata, a estratégia do governo visa fortalecer a economia brasileira no médio e longo prazo por meio da diversificação de mercados. “Abrimos mais de 300 novos mercados, considerando a parte agrícola”, anuncia. Ela destaca ainda a redução da dependência do mercado americano. “Em 2023, 25% das exportações brasileiras eram destinadas aos Estados Unidos, e atualmente já são 12%”, compara.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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