Assíduos manifestam insatisfação em comício de Lula com ministros
Governador anunciou destinação de R$ 500 milhões à agricultura familiar, financiados por recursos do Fethab, iniciativa defendida por grandes produtores.

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), recebeu vaias em um evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (MT). A cerimônia celebrou o lançamento do programa Solo Vivo e a distribuição de títulos de terra para agricultores assentados.
A controvérsia iniciou-se com a declaração de Mendes sobre a alocação de cerca de R$ 500 milhões para a agricultura familiar, utilizando recursos de um financiamento do Banco Mundial, somados a verbas do Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), provenientes de produtores do agronegócio.
“E uma parcela desse valor provém dos grandes, dos que cultivam soja. Estamos arrecadando dinheiro deles”, declarou.
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Diante das manifestações do público, o governador retomou a fala: “Vocês não podem vaiar. Estou pegando dinheiro dos grandes produtores, 5% do Fethab, que é pago pelos produtores de Mato Grosso […]. Isso é justiça”.
O governo estadual buscou minimizar a reação afirmando que seu compromisso não é com o agronegócio, e sim com as famílias da agricultura familiar do Estado.
Ele concluiu sua participação declarando: “Independentemente de possas muito para um lado ou muito para o outro, nós estaremos governando”.
Mauro Mendes, apoiado por Jair Bolsonaro (PL), deve concorrer ao Senado em 2026. Ao término de seu segundo mandato como governador, já manifestou apoio ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
A recente viagem de Lula integra a busca do presidente por fortalecer laços com a base social e rural, sobretudo diante das demandas de movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que exigem progressos na reforma agrária.
Na cerimônia deste sábado, foram distribuídos equipamentos agrícolas e anunciadas iniciativas do Promaq em 38 municípios. Estima-se que entre 800 e 1.000 famílias serão impactadas pelas ações, conforme o governo federal.
Fonte: Poder 360